quarta-feira, 23 de março de 2011

Obama deixou de tratar do encontro entre ecologia e economia




Marina Silva, entre Maurício Azedo (presidente da ABI, à frente) e Henrique Meirelles (ex-presidente do BC), minutos antes do discurso de Obama no Theatro Municipal do Rio


No último dia 20 de março, domingo, a ex-senadora Marina Silva (PV) assistiu na platéia do Theatro Municipal do Rio de Janeiro o discurso do presidente dos EUA, Barack Obama, ao povo brasileiro.
Na oportunidade, Obama destacou a importância histórica da parceira entre Brasil e EUA, ressaltou o exemplo da democracia brasileira para outros países e enalteceu o processo econômico que levou à ampliação da classe média do país e a redução das taxas de pobreza.
Sobre a questão ambiental, o presidente dos EUA fez uma única referência em sua fala de cerca de 20 minutos: “Sendo dois países comprometidos com economias mais verdes, sabemos que a solução definitiva ao desafio da energia virá da criação de fontes de energias limpas e renováveis. Por isso a metade dos carros daqui podem circular com biocombustível e a maior parte de sua eletricidade vem de hidroelétricas. E por isso também demos início a uma nova indústria limpa de energia nos EUA. Por isso os EUA e o Brasil estão criando novas parcerias na área de energia, para compartilhar, criar novos empregos e deixar para nossos filhos um mundo mais limpo e mais seguro do que encontramos”.
À saída do evento, Marina considerou que Obama, com seu carisma e simpatia, foi mais abrangente do que havia sido em Brasília no dia anterior, durante encontro com a presidente Dilma Roussef. “Ele chamou a atenção, de fato, para dois grandes desafios do mundo atual: a garantia das liberdades e o aprimoramento da democracia”, disse.
A ex-presidenciável do PV em entrevista aos jornalistas frisou que faltou ao líder norte-americano tratar do grande desafio deste século: “o de fazer o encontro entre ecologia e economia” para enfrentar as mudanças climáticas.
“Obama não tratou sobre como países como nossos (Brasil e EUA) podem ser exemplos de como fazer a inflexão no modelo de desenvolvimento. Imaginava-se que ele daria uma ênfase na responsabilidade que temos com as gerações presentes e com as futuras.”
Lembrada de que o presidente dos EUA havia comentado o tema da energia verde, Marina apontou que o assunto, mesmo relevante, não é suficiente para dar conta da complexidade do enfrentamento das mudanças climáticas (que exige inclusive mudanças no modo de consumo) e dos riscos e das ameaças que essas alterações trazem à sobrevivência do próprio planeta.

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