segunda-feira, 18 de outubro de 2010

VEJA-13/10/2010 - Entrevista Russell Mittermeier - "[O Brasil] Rumo à potência verde"

Revista VEJA – edição 2186-13/10/2010
Entrevista Russell Mittermeier

Rumo à potência verde

O primatólogo aposta que o Brasil será o primeiro país do mundo a virar colosso econômico sem destruir a natureza e diz que a votação de Marina Silva é sinal disso


Russell Mittermeier estava embrenhado nas matas de Madagáscar gravando um programa de televisão sobre primatas para a BBC inglesa quando recebeu a notícia de que a candidata a presidente do Brasil pelo Partido Verde recebera quase 20% dos votos. "Os brasileiros estão mandando um recado para o mundo", festejou o primatólogo. Para ele, a votação expressiva de Marina Silva pode ajudar a transformar a agenda ecológica em tema nacional. Mittermeier, 60 anos, comanda a Conservation International, uma das mais competentes organizações ambientais do mundo, e sempre que pode abandona o escritório para se meter nas florestas do Brasil, Suriname e Madagáscar. Ele já identificou doze espécies (três tartarugas, três lêmures e seis macacos amazônicos). Fala seis idiomas, incluindo o sranan, língua crioula do Suriname, e o português.

Qual e a importância de uma candidata com consciência ecológica chegar perto dos 20% numa eleição presidencial?
É uma coisa fantástica. Os brasileiros estão mandando um recado para o mundo, dizendo que reconhecem o meio ambiente como base para o desenvolvimento sustentado. E sensacional, sobretudo porque não estamos falando de uma nação qualquer. Além de ser uma potencia emergente, o Brasil é dono da maior biodiversidade do planeta.

O senhor acredita nisso mesmo sabendo que em boa parte os votos dados a Marina Silva não foram votos ecológicos?
É ainda melhor. Marina é mais do que uma candidata verde. Ela tem uma capacidade rara entre políticos, que é a habilidade de falar para diversos públicos. Ela fala para os pobres, para os povos da floresta, para os ricos. Sua base eleitoral, portanto, é mais ampla. Por isso, confesso que não fiquei surpreso com seu desempenho eleitoral.

Com sua crescente influencia política, ela pode fazer com que a agenda verde deixe de ser uma preocupação dos ecologistas e passe a ser um tema nacional, uma preocupação universal. Isso faz toda a diferença. Quando era senador, Al Gore fazia um excelente trabalho em defesa do meio ambiente. Ainda em 1988, ele me deu uma aula sobre mudanças climáticas no computador do seu gabinete no Senado. Fiquei impressionado. Mas, quando se tomou vice-presidente de Bill Clinton, Gore calou-se. Por quê? A agenda verde era um nicho, representava um segmento estreito, e Clinton provavelmente não queria ser carimbado como verde. Era quase como ser carimbado como sectário. Quando Marina foi ministra do Meio Ambiente, enfrentou uma situação similar. Ela fez o que pode no contexto em que atuou e saiu quando viu que não podia fazer mais. Quando a agenda ecológica sai do nicho e passa a ser uma agenda nacional, é aí que a coisa avança. Marina está liderando tal avanço no Brasil, e esse e um recado fundamental para o mundo.

Agora, petistas e tucanos estão disputando o apoio de Marina para o segundo turno. Em termos de agenda ambiental, o que ela deveria exigir em troca?
De imediato, que não haja mudança no Código Florestal Brasileiro. É um código muito bom, mas há um projeto de lei circulando no Congresso para modificá-lo, reduzindo seu alcance. Se isso acontecer, será um retrocesso, e novas áreas de floresta serão destruídas.

O Brasil é um devorador de florestas?
O Brasil sofre críticas procedentes, porque tem problemas ambientais, mas é preciso reconhecer seus méritos. Nenhum outro país criou tantas áreas de proteção ambiental. Nem os Estados Unidos. Ate o início da década de 70, o Brasil não tinha nada nesse terreno. Lembro que no departamento de parques do antigo Instinto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal contava com apenas duas pessoas. Alceo Magnanini e Maria Tereza Jorge Pádua, que até hoje fazem um excelente trabalho. Em 1973, foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente, cujo titular era Paulo Nogueira-Neto, um sujeito fantástico que começou a criar estações ecológicas. Daí em diante, o negócio deslanchou. Hoje, o Brasil tem áreas de proteção ambiental nas esferas federal, estadual e até municipal. É impressionante. Além disso, existem as áreas privadas e as áreas indígenas, que protegem grandes extensões de floresta. Os 6000 caiapós, por exemplo, ocupam uma área protegida de 11 milhões de hectares. Somando-se tudo, mais de 50% da Amazônia já está sob proteção legal. É a expressão de um compromisso ambiental notável, que precisa ser intencionalmente reconhecido.

O senhor conhece algum país que tenha se tornado potência econômica e preservado seu meio ambiente?
O Brasil tem tudo para ser o primeiro exemplo da história. Alguns países têm um excelente trabalho ambiental, como Belize e Costa Rica, cuja cobertura florestal está aumentando, mas nenhum dos dois é uma potência econômica. O Brasil tem tudo para ser o líder mundial. Primeiro, porque a biodiversidade brasileira é estupenda. Só rivaliza com a da Indonésia. Segundo, porque a ideia de que a destruição ambiental e condição para o desenvolvimento é uma estupidez do século passado. Não faz nenhum sentido hoje. Terceiro, porque não existe outro país com um grupo de conservacionistas tão dedicados e capazes como o Brasil. Os brasileiros são chamados para manejar os programas dos Estados Unidos. Com isso tudo, o Brasil só não se tornará a potência verde se não quiser. Basta reconhecer o que tem e trabalhar em favor disso.

E o Brasil é um devorador de primatas?
O país também tem a maior diversidade de primatas do planeta. Estima-se que existam cerca de 670 espécies de macaco no mundo, e só no Brasil há cerca de 135. Em segundo lugar está Madagáscar, com 101. Em terceiro, aparece a Indonésia. O Brasil ainda é o que cuida melhor dos primatas. O pior lugar para um primata viver hoje e o oeste da África, em países como Libéria, Guiné Equatorial, Camarões. Come-se muito macaco nesses países. E uma iguaria.

O senhor já comeu macaco?
Hein?

O senhor já comeu macaco?
Se eu responder, posso dar margem a mal-entendido.

Então o senhor já comeu. Foi como iguaria?
Não, não. Se fosse, eu estaria frito com os ambientalistas. Foi há muitos anos, quando estávamos famintos durante uma expedição pelas matas do Suriname.

Na prática, que diferença faz para o ser humano se os gorilas da África equatorial estiverem extintos daqui a dez ou vinte anos?
Se uma espécie de tigre some do planeta, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, não cai nem sobe, mas certamente teremos um mundo mais pobre, culturalmente mais pobre. Existe um fascínio pelos dinossauros, que desapareceram há 65 milhões de anos. Por que vamos deixar desaparecer outros bichos absolutamente espetaculares que existem na Terra? Nosso planeta é o único lugar do universo em que sabemos, com certeza, que há vida. Então, a vida na Terra é uma preciosidade. Mas, além do valor cultural, essas espécies vivem dentro de ecossistemas que nos prestam serviços essenciais. Se as florestas ao redor de São Paulo sumissem, de onde viria a água que abastece a cidade? A região de Catskill, no norte do estado de Nova York, é responsável pelo abastecimento de água da cidade de Nova York. Sem abelhas, quem vai polinizar as p1antações? Sem morcegos, quem controla os insetos? Além do valor cultural e dos serviços que os ecossistemas nos prestam, a biodiversidade é a matéria prima da biotecnologia. Sem biodiversidade, não existiria biomimetismo.

O que é biomimetismo?
É a ciência que tenta aplicar as soluções da natureza para resolver problemas na engenharia, na navegação, na medicina. As tartarugas são um excelente exemplo. Elas põem seus ovos na praia. Depois de dois ou três meses, os filhotes rompem a casca e saem em disparada para chegar ao mar, enfrentando vários predadores, como aves, caranguejos, lagartixas. De cada 100 filhotes, um chega ao mar. Essa tartaruguinha vai crescer nadando pelos oceanos, girando o planeta. Esses répteis têm etiquetas monitoradas por satélites, que mostram que percorrem distâncias incríveis. No entanto, depois de trinta ou quarenta anos, quando chega a hora de fazer sua desova, a tartaruga volta a mesmíssima praia onde nasceu. Como? Qual é o mecanismo que lhe permite encontrar precisamente a mesma praia? A Marinha americana estuda o fenômeno há cinqüenta anos. Especula-se que ela se guie pelas estrelas, pelo cheiro, mas não há resposta definitiva. Quando e se houver uma conclusão, poderá ser de extrema utilidade para a navegação. Os cupins podem ajudar os arquitetos no controle de temperatura das construções. Nas savanas da África e no cerrado, onde é terrivelmente quente, os imensos capinzais estão sempre fresquinhos, com temperatura amena, como se fossem dotados de ar-condicionado. Como isso é feito? Na América do Sul, sobretudo na costa da Colômbia, há um sapo pequeno, amarelo, extremamente venenoso. Mata em cinco minutos, porque tem um veneno 200 vezes mais forte do que a morfina. Os cientistas querem saber como é fabricado esse veneno. Levados para o laboratório, em três meses os sapos não tem mais veneno. Por que? O que eles captam no seu habitat, o que retiram dos insetos, o que comem, o que é, enfim, que os dota de um veneno tão poderoso? Esses sapinhos são pérolas, são como pequenos xamãs com seus segredos químicos.

A biodiversidade da Terra é suficientemente conhecida?
Até hoje, a ciência descreveu 1,9 milhão de espécies, entre animais, plantas e micro-organismos. Mas as estimativas mais conservadoras informam que a diversidade total pode chegar a 5 milhões de espécies. As mais otimistas falam em até 30 milhões. Seja como for, nosso desconhecimento sobre as formas de vida do planeta ainda é enorme. Em 1994, fizemos uma expedição para catalogar lêmures de Madagáscar. Adoro lêmures. Encontramos cinqüenta espécies. Em 2006, realizamos uma nova expedição. Catalogamos 71 espécies. Agora, numa terceira expedição, achamos 101. O dobro numa década e meia. Na Amazônia, estamos sempre encontrando novas espécies de sagui. É um ritmo de descobertas tão intenso que só se compara ao que ocorreu nas grandes expedições do século XIX, lideradas por Alfred Wallace, Henry Bates, Alexander von Humboldt e Richard Spruce.

Então por que se fala tanto em destruição?
Há dois processos simultâneos. Um, positivo, e o conjunto de descobertas feitas em áreas que, no passado, não eram acessíveis. O outro, negativo, e a destruição sem paralelos da natureza. Nos últimos 500 anos, um período curto em termos geológicos, o ritmo de desaparecimento de espécies aumentou mais de 1000 vezes. É uma estimativa muito grosseira, mas perdemos coisas espetaculares em ilhas do Havaí, na Austrália, na Nova Zelândia. Em Madagáscar, que conheço bem, havia um lêmure do tamanho de um gorila. Não existe mais. Havia outro que parecia um coala australiano, pesava uns 50 quilos. Sumiu. Cerca de 400 anos atrás, existia uma ave-elefante que pesava umas 1000 toneladas e chegava a 3 metros, uma coisa sensacional. A ave-elefante era enorme, fazia um avestruz parecer uma galinha. Um negócio magnífico. Não existe mais.

O senhor já descobriu seis espécies de macaco na Amazônia. Qual é a sensação de ver um bicho desses pela primeira vez?
O coração dispara. Identifico uma nova espécie assim que bato o olho. Afinal, conheço esses bichos quase mais do que meus próprios filhos! A coisa mais interessante da vida é ir para um lugar desconhecido e encontrar um bicho que nunca foi identificado pela ciência antes. E indescritível.

O senhor já visitou 141 países. Qual é o a lugar mais bonito do planeta?
Adoro o sul da Venezuela, é uma região absolutamente fantástica, com mata virgem, cascatas gigantescas e os tepuis, aquelas montanhas cujo topo é achatado, dando-lhes a aparência de uma mesa. Foi nessa região que Arthur Conan Doyle se inspirou para escrever O Mundo Perdido. E um pedaço lindíssimo do planeta. 

Líder do PV reúne novos deputados verdes

O líder do Partido Verde na Câmara dos Deputados, Edson Duarte (BA), realizou nesta quinta-feira, 14, um encontro com os novos deputados federais eleitos do PV que vão compor a bancadana legislatura de 2011 a 2015. O encontro teve como objetivo promover a confraternização entre osnovos parlamentares e permitiu também que eles conhecessem um pouco do funcionamento da Câmara antes de assumir o mandato.
 
Além das apresentações iniciais, foi explicado aos novos deputados como funcionam os gabinetes parlamentares, a Liderança do Partido Verde, o serviço prestado pela Consultoria Legislativa, bem como as atividades legislativas que se desenvolvem nas Comissões Temáticas, nas Frentes Parlamentares da Casa e no Plenário.

“Há uma grande expectativa na sociedadequanto a nova bancada do PV na Câmara. Esseencontro serviu para reunir os novos deputados eafinar o discurso sobre a atuação do partido para apróxima legislatura”, explicou Edson Duarte.
Também participaram da reunião os deputa-dos Sarney Filho (MA), Fábio Ramalho (MG) JoséPaulo Tóffano (SP), Alfredo Sirkis (RJ), RobertoLucena (SP), Dr. Sinval Malheiros (SP), RosaneFerreira (PR) e Paulo Wágner (RN). Os deputadosRicardo Izar Júnior (SP), Fernando Gabeira (RJ),Marcelo Ortiz (SP) e Ciro Pedrosa (MG) foram re-presentados por seus assessores.

Em carta aberta a Dilma e Serra, Marina destaca risco de atraso político

Ao final da Plenária Nacional do PV, a senadora Marina Silva, ex-candidata do partido à Presidência da República, leu carta aberta destinada aos candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) para apresentar seus argumentos em defesa de um posicionamento independente no segundo turno da eleição presidencial.
“Quero afirmar que o fato de não ter optado por um alinhamento neste momento não significa neutralidade em relação aos rumos da campanha. Creio mesmo que uma posição de independência, reafirmando ideias e propostas, é a melhor forma de contribuir com o povo brasileiro”, afirmou Marina.

No documento, a senadora chamou a atenção para a história republicana do Brasil: “Vemos que ela é marcada pelo signo da dualidade, expressa sempre pela redução da disputa política ao confronto de duas forças determinadas a tornar hegemônico e excludente o poder de Estado. Republicanos X monarquistas, UDN X PSD, MDB X Arena e, agora, PT X PSDB”.
“Há que se perguntar por que PT e PSDB estão nessa lista. É uma ironia da História: dois partidos nascidos para afirmar a diversidade da sociedade brasileira, para quebrar a dualidade existente à época de suas formações, se deixaram capturar pela lógica do embate entre si até as últimas conseqüências”, afirmou a ex-presidenciável.
Marina relembrou que ambas as legendas, ao rejeitarem o modelo de federação de oposições ao regime militar que era o MDB, “enriqueceram o universo político brasileiro criando alternativas democráticas fortes e referendadas por belas histórias pessoais e coletivas de lutas políticas e de ética pública”.
“Agora, o mergulho desses partidos (PT e PSDB) no pragmatismo da antiga lógica empobrece o horizonte da inadiável mudança política que o país reclama. A agressividade de seu confronto pelo poder sufoca a construção de uma cultura política de paz e o debate de projetos capazes de reconhecer e absorver com naturalidade as diferentes visões, conquistas e contribuições dos diferentes segmentos da sociedade, em nome do bem-comum”.
A senadora fez questão de ressaltar o conservadorismo de legendas que surgiram com objetivo transformador. “Paradoxalmente, PT e PSDB, duas forças que nasceram inovadoras e ainda guardam a marca de origem na qualidade de seus quadros, são hoje os fiadores desse conservadorismo renitente que coloniza a política e sacrifica qualquer utopia em nome do pragmatismo sem limites.”
Ao analisar o resultado do primeiro turno da eleição presidencial, Marina diz que as urnas trouxeram “uma reação clara a esse estado de coisas, um sinal de seu esgotamento. A votação expressiva no projeto representado por minha candidatura e de Guilherme Leal sinaliza, sem dúvida, o desejo de um fazer político diferente”.
“Se soubermos aproveitá-la com humildade e sabedoria, a realização do segundo turno, tendo havido um terceiro concorrente com quase 20 milhões de votos, pode contribuir decisivamente para quebrar a dualidade histórica que tanto tem limitado os avanços políticos em nosso país”, disse.
Sobre a oportunidade criada pelo segundo turno, a senadora diz a Dilma e Serra que lhes foi dada a chance de “liderar o verdadeiro nascimento republicano do Brasil”.
A respeito do apoio dos eleitores evangélicos, Marina afirmou que não usou sua vinculação à fé cristã evangélica como “arma eleitoral”.
Os exemplos de cristãos como Martin Luther King e Nelson Mandela e do hindu Mahatma Ghandi mostram que é possível fazer política universal com base em valores religiosos, lembrou. “São inspiração para o mundo.”
Por fim, Marina apela a Dilma e Serra que “reconheçam o dano que a política atrasada impõe ao país e o risco que traz de retrocessos ainda maiores. Principalmente para os avanços econômicos e sociais, que a sociedade brasileira, com justa razão, aprendeu a valorizar e preservar”.
Membros do PV-BA estiveram presentes no encontro e votaram pela neutralidade. Foram eles, o presidente estadual do PV, Ivanilson Gomes, o deputado federal líder da bancada na Câmara, Edson Duarte, o deputado estadual eleito, Eures Ribeiro, a vice-presidente do PV baiano, Carmen Reyes e o secretário de finanças estadual, André Fraga.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O avanço do PV baiano nas eleições 2010

    Terminou o primeiro turno das eleições 2010. Não é novidade para ninguém o crescimento que o Partido Verde alcançou nesse pleito. Na Bahia não foi diferente.Começamos nosso projeto com algo que nenhuma outra direção ousou fazer: discutir nas bases, percorrendo o interior do estado, ouvindo lideranças e filiados, debatendo possibilidades, caminhos possíveis de serem trilhados e que melhor nos levariam ao crescimento.Nossos encontros regionais, já faz um ano, foram o despertar das bases verdes.Lá iniciou nosso projeto.Com a definição de candidaturas majoritárias no estado, em um memorável encontro estadual,
democraticamente conduzido pela direção partidária, enfrentando grandes estruturas de poder
que não aceitavam tal decisão, o PV começa a trilhar a construção de uma identidade
enquanto partido político, ainda incipiente.Começa a campanha oficial. Problemas estruturais viram regra para nossas candidaturas.Promessas de estrutura mínima não se concretizaram. Porém nossa chapa proporcional foi amaior de todos os tempos. Em 2006 tivemos 9 candidatos a deputado federal contra 19 em 2010. 9 disputaram uma cadeira na Assembléia em 2006 contra 41 em 2010. Já a votação cresceu de 67.831 para o conjunto de deputados federais para 107.432 votos, ede 39.394 para 145.401 para deputados estaduais. Em 2010 só na nossa chapaconseguiríamos eleger um deputado estadual verde e recuperamos, com cerca de 25.000votos (a menor dos eleitos),  a cadeira verde na Assembléia Legislativa deixada oito anos atráspor Edson Duarte e que muito nos faz falta. Ter um deputado estadual nos traz resultadosimediatos: recuperamos o tempo de televisão regional. Já a votação para deputado federalamplia nosso tempo na TV e nossa conta do fundo partidário. O voto de legenda também cresceu. Tivemos 12.615 em 2006 e 73.440 em 2010. Estavacorreta a análise da direção que insistiu em trabalhar o tempo de televisão no sentido deampliar os votos de legenda imaginando a onda verde, concretizada na última semana daseleições e que conferiu a Marina Silva quase 20 milhões de votos. Nossas candidaturasmajoritárias cumpriram seu papel: levaram nossa mensagem mais longe. Entraram nos lares. 
  Agora temos o segundo turno presidencial. A direção nacional tem os elementos para construir da melhor forma o caminho verde nesse momento. A rede PV está aberta a sugestões que possam ampliar os subsídios para tal decisão. Posicionamentos individuais devem ser rechaçados.
Finda tais discussões é preciso pensar na segunda etapa do nosso projeto: 2012. O mapa eleitoral nos dará subsídios para uma completa reformulação nos critérios e relações no PV Bahia. Diretórios que convertem votos mínimos mesmo tendo vereadores e até prefeito ou vice não poderão mais estar guiando o projeto verde no interior. A lealdade ao projeto verde e a dedicação serão elementos essenciais na avaliação para os projetos municipais das próximas eleições.
A hora é de arrumar a casa. Mais uma missão de todos. Principalmente aos que se dedicaram na campanha, que estiveram na linha de frente da disputa, na conquista dos votos, no convencimento de uma sociedade cada vez mais descrente dos “políticos”. Como nos disse Herbet Daniel “quem quer não precisa mandar nem pedir. Faz!”.

André Fraga
Direção Estadual PV Bahia
Membro do Conselho Nacional PV

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Aproveitando a onda verde que se alastra pelo país e o excelente desempenho de Marina Silva ,o PV Ilhéus deverá se unir em torno de uma candidatura própria para o pleito municipal em 2012

PV Ilhéus se reune para discutir 2º turno

Marina apresenta agenda por um Brasil justo e Sustentável aos candidatos ao 2º turno

A senadora Marina Silva e o partido Verde apresentaram hoje as propostas que serão entregues aos candidatos ao segundo turno da campanha presidencial a fim de buscar compromissos programáticos para um Brasil Justo e Sustentável, bem como a construção da governabilidade com base em princípios e valores éticos.
As propostas foram elaboradas a partir das Diretrizes para o Programa de Governo da Candidatura de Marina Silva à Presidência da República “Juntos pelo Brasil que Queremos”.
A Agenda por um Brasil Justo e Sustentável contém dez compromissos: transparência e ética; Reforma Eleitoral; educação para a sociedade do conhecimento; segurança pública; mudanças climáticas, energia e infraestrutura; seguridade social (saúde, assistência social e previdência); proteção dos biomas brasileiros; gasto público de custeio e Reforma Tributária; política externa; e fortalecimento da diversidade socioambiental e cultural.

Marina agradece os votos dos baianos e convoca membros da executiva estadual para discutir rumos no 2º turno

    A candidata do Partido Verde à presidência, Marina Silva, comemora a boa votação obtida na Bahia. Em telefonema ao presidente da sigla na Bahia, Ivanilson Gomes e ao deputado federal e líder da Bancada do PV na Câmara, Edson Duarte, Marina reconheceu o esforço do PV-Bahia e agradeceu ao povo baiano pela expressiva votação. Em Salvador, a candidata ficou na segunda colocação, superando José Serra (PSDB) com 30,21% dos votos válidos.
Marina aproveitou para convidar Ivanilson Gomes e Edson Duarte, membros da executiva nacional do PV, para se reunirem em Brasília onde o apoio para o segundo turno será discutido. “Qualquer posicionamento neste momento é precipitado. O PV vai discutir democraticamente o seu apoio”, disse Ivanilson Gomes que segue hoje para Brasília onde deve permanecer durante toda semana reunido com a executiva nacional.
“Vamos discutir estratégias de diálogos internas e com o que Marina chama de os núcleos vivos da sociedade. A posição vai ser discutida dentro e fora do PV já que a nossa candidata agregou diversos segmentos em torno do projeto verde”, afirmou Edson Duarte. Na próxima semana, a direção estadual do PV se reunirá para avaliar as eleições 2010 e discutir os rumos  da sigla após o pleito.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

‘Somos vitoriosos’, diz Marina Silva em pronunciamento II

‘Somos vitoriosos’, diz Marina Silva em pronunciamento

Marina Silva, candidata do PV à Presidência da República, afirmou em pronunciamento na noite deste domingo (3) que sua candidatura alcançou um de seus principais objetivos, quebrar a ideia de que esta seria uma eleição “plebiscitária”.
Essa conquista, representada pelos 20% de votos conquistados, “nos faz sentir profundamente vitoriosos”, disse Marina. Mesmo não conseguindo chegar ao segundo turno, “estamos em primeiro lugar no turno de uma nova política que se inaugura no Brasil”, afirmou a candidata.
Guilherme Leal, candidato a vice na chapa de Marina Silva, falou de sua satisfação em saber que tantos sonham em fazer do Brasil “uma grande nação, mais justa, mais próspera, uma nação de que todos possam se orgulhar”.

Com 20%, Marina foi a grande vitoriosa

Marina Silva, candidata do PV à Presidência da República, afirmou em pronunciamento na noite deste domingo (3) que sua candidatura alcançou um de seus principais objetivos, quebrar a ideia de que esta seria uma eleição “plebiscitária”. Essa conquista, representada pelos 20% de votos conquistados, “nos faz sentir profundamente vitoriosos”, disse Marina. Mesmo não conseguindo chegar ao segundo turno, “estamos em primeiro lugar no turno de uma nova política que se inaugura no Brasil”, afirmou a candidata. Guilherme Leal, candidato a vice na chapa de Marina Silva, falou de sua satisfação em saber que tantos sonham em fazer do Brasil “uma grande nação, mais justa, mais próspera, uma nação de que todos possam se orgulhar”.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Marina diz que investimento em saneamento básico também é defesa do meio ambiente

A candidata do PV à presidência, Marina Silva, afirmou que investimento em saneamento básico faz parte da política de proteção ao meio ambiente. A idéia foi defendida durante o quarto bloco do debate dos presidenciáveis, realizado na noite desta quinta-feira (5), na TV Bandeirantes.
 Ela foi questionada pelo jornalista Joelmir Beting, que disse que “árvores derrubadas provocam mais indignação do que crianças hospitalizadas” por conta de más condições de moradia. Marina respondeu que as duas situações “não precisam se postas em oposição” e apontou a necessidade de uim “governo educado para o século 21”, envolvido com a questão ambiental.

Pesquisa para o Senado na Bahia: Revelações Verdes

André Fraga - Direção Estadual do PV
As recentes pesquisas para o Senado na Bahia revelam um cenário extremamente favorável para a candidatura verde.
Temos uma campanha majoritária em si, onde a palavra modesta é adjetivo superlativo. Ainda sem um panfleto nas ruas e disputando espaço com grandes grupos políticos e suas estruturas milionárias, pressionando e loteando as lideranças locais, além de diversas outras candidaturas com estruturas menores, conseguimos pontuar 4% com margem de erro de três pontos percentuais, alcançamos 7% .


Existem porém, alguns números atrás desse resultado: 65% não sabem em quem votar para o Senado e 28% votariam em branco ou anulariam o voto se a votação fosse hoje! Além disso, o eleitor ainda não sabe que terá que votar duas vezes para o Senado. Ou seja, as possibilidades dobram.
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Entramos agora em uma nova etapa da campanha oficial. Começará o tempo de TV, o que colocará as campanhas no cotidiano das pessoas e as forçarão a pensar na decisão de quem votar. Procurarão informações sobre as candidaturas e, não tenho dúvidas, temos as candidaturas sintonizadas com o momento político que vivemos.
 Além disso, o PV em si é o único que ainda desperta simpatia nas pessoas. Somos um partido leve, com idéias de vanguarda, mas propostas reais, e livre da síndrome maniqueísta que se instalou na política brasileira: “...situa-se a frente”, já diz nosso programa partidário.  Não é a toa que temos Marina Silva como nossa candidata.Aqui na Bahia, a campanha começará a ferver: Geddel, Souto e as candidaturas da chamada “esquerda radical” deverão começar a mostrar os números  negativos do governo na área da segurança, saúde, etc..  
No campo da disputa pelo senado, Lídice e Pinheiro devem aprofundar os estranhamentos, pois um tiraria a vaga do outro. É aí que entramos. Correndo por fora. Disputando a preferência pelo segundo voto de todos os candidatos. Mostrando a cara de um partido com idéias novas mas sintonizadas com nosso tempo, candidaturas livres de manchas.
Nossa candidatura verde ao senado, Edson Duarte, Deputado Federal Líder do PV na Câmara dos Deputados pela quarta vez e um dos poucos que correu o Estado na construção do nosso Partido, com todas as dificuldades que sabemos do processo político, é a grande oportunidade de consolidarmos ainda mais nosso projeto: a implementação de um novo modelo de sociedade, visto nosso contexto político estadual, já colocado.

Marina começou a primeira campanha ao Senado com 3% nas pesquisas de intenção de votos. Chegou vitoriosa no dia da votação como a mais jovem senadora da História da República e a mais votada com 43%, enfrentando uma tradição de vitória exclusiva de ex-governadores e grandes empresários. Alguma semelhança?


Edson foi o primeiro Deputado Federal eleito pelo PV no Norte/Nordeste e também será o primeiro Senador! É a hora de cada um de nós fazer o esforço de levar a mensagem verde. Construir novas relações de política, fazer a nova proposta avançar na mente e nos corações das pessoas.

 
Chegamos ao ponto de inflexão na evolução da humanidade. Os modelos, formas, idéias têm passado por transformações que colocam o Partido Verde com responsabilidade histórica, após os dois grandes projetos para o Brasil terem sido testados, se mostraram falhos em resolver a equação desenvolvimento e sustentabilidade e transformaram o Brasil em uma sopa de letrinhas partidárias, onde a única diferença são as letras após o “P”.

Primeira Casa de Marina na Bahia será inaugurada sábado

A Bahia vai inaugurar a sua primeira Casa de Marina. Os comitês domiciliares para apoio e divulgação da candidatura de Marina Silva (PV) à presidência da República já estão espalhadas por todo país tendo ainda duas unidades em Nova Iorque. A primeira casa vai ser inaugurada neste sábado (14), em Arembepe, às 10h.
O proprietário da casa é um uruguaio que adotou a Bahia como residência há mais de 13 anos. Ambientalista, Oscar Baccino, mesmo sem título de eleitor resolveu dar sua contribuição à campanha da candidata do Partido Verde. Pai de quatro filhos e casado com uma brasileira ele acredita que a Casa de Marina é um projeto que vai além do momento eleitoral.
“Já desenvolvemos um trabalho de conscientização com as crianças e a comunidade através da Ong SOS Rio Capivara. A Casa de Marina vai ser mais uma oportunidade de ser falar em meio ambiente e preservação, além de divulgar o trabalho de Marina e sua idéias”, disse.
O projeto Casa de Marina é uma das principais apostas da sigla para popularizar o nome da candidata à Presidência da República Marina Silva.  
Conforme mostra o site da presidenciável, uma Casa de Marina pode ser um espaço de encontro, debate e reunião das pessoas, de distribuição de material de campanha e onde pessoas podem obter informações sobre Marina, suas idéias, seu programa de governo e as formas possíveis de apoio e colaboração com a campanha.   Mais informações podem ser obtidas pelo endereço eletrônico: http://www.movimentomarinasilva.org.br/page/casa-de-marina     Endereço da Casa de Marina em Arembepe: Loteamento Portal de Arembepe, Quadra 26,  Casa 9, Alameda Pintasilgo A portaria fica na rua da Brasilgás.

PV lança Plano Estadual de Governo

A Bahia que o Partido Verde quer construir junto com os baianos já começou a ser planejada. O Plano de Governo que vai orientar a gestão de Luiz Bassuma vai ser apresentado na sede do partido, no Rio Vermelho, nesta quinta-feira (01/07), às 19h.
Além de apresentar propostas para os setores básicos da sociedade o plano tem como foco o desenvolvimento sustentável. A idéia é construir um novo jeito de governar que integre políticas públicas que estimulem a qualidade de vida, desenvolvimento sustentável e responsabilidade ambiental e não mais siga o modelo que privilegia a manutenção dos sistemas políticos ultrapassados que foram adotados nas últimas gestões.
O plano prevê a consolidação de um estado mais justo e sustentável e traz o compromisso de dialogar com a sociedade. O desafio é estruturar políticas públicas econômica e ecologicamente sustentáveis. Para a segurança uma das propostas é unificar as polícias Civil e Militar. Uma outra proposta é implantar na Universidade do Estado da Bahia um centro de formação de inteligência policial.
Para a Saúde o PV – em consonância com o plano de governo apresentado pela candidata Marina Silva - prevê a reestruturação do Sistema Único de Saúde (SUS) na Bahia. A idéia é combater a ineficiência e a corrupção dentro do sistema a fim de acabar com a superlotação e a falta de leitos, remédios e profissionais da área. Outro projeto é ampliar a planta da Bahiafarma permitindo o fornecimento de soro e antibióticos para a rede pública. Outra proposta é reestruturar a rede SUS nos municípios para evitar a sobrecarga dos hospitais de referência.
Um dos destaques do plano é a priorização da discussão com o povo. O plano, definido nas bases do partido, é um ponto de partida para o debate com a sociedade.

Casa de Marina: PV aposta em comitês domiciliares

Partido Verde começou a mobilização dos baianos para a instalação das Casas de Marina, comitês domiciliares em apoio à candidatura de Marina Silva, à presidência da República.  
Qualquer simpatizante da candidatura do PV pode transformar sua residência em um comitê domiciliar para reunir familiares, amigos e vizinhos para discutir as propostas de governo da candidata.


De acordo com coordenador do Movimento Casa de Marina, na Bahia, Arthur Penna, o projeto depende da mobilização da sociedade. “Não oferecemos dinheiro e nem material. Contamos com a boa vontade e apoio das pessoas”, disse. O projeto já deslanchou no país e de acordo com Penna a expectativa de sucesso na Bahia é grande.
 Uma Casa de Marina passa a existir quando uma pessoa oferece sua residência para se tornar referência e local de encontro para os moradores/frequentadores de uma determinada comunidade.       
Para transformar sua casa em um núcleo de apoio à candidatura de Marina Silva o cidadão conta com orientações do Movimento Marina Silva, divulgadas no site http://www.movimentomarinasilva.org.br/ e, pode também, entrar em contato com a Executiva Estadual do PV, em Salvador, pelo telefone: 3334-2490 (Arthur Penna). As instruções para organização das Casas de Marina e os layouts do material gráfico são encontradas no endereço acima.
Para o presidente do PV na Bahia, Ivanilson Gomes, os comitês domiciliares chamados de Casas de Marina por um Brasil Justo e Sustentável vão mostrar como é possível fazer política de um novo jeito. “A mobilização popular é capaz de compensar a falta de milhões para uma campanha. O apoio da população seja acolhendo essa proposta ou com o voto é que vai fazer a diferença”, afirmou Ivanilson.
A Casa de Marina pode ser um espaço de encontro, debate e reunião das pessoas; de distribuição de material de campanha; onde pessoas podem obter informações sobre Marina, suas idéias, seu programa de governo e as formas possíveis de apoio e colaboração com a campanha.
A primeira casa de Marina foi instalada em São Paulo.  Marina e seu vice, o empresário Guilherme Leal, estiveram na residência do promotor de eventos Adriano Prado, no bairro de Campo Limpo, na zonal sul de São Paulo, para uma visita de agradecimento.

Bancada Verde trouxe R$ 173,2 mi para a Bahia

Com apenas dois deputados federais o Partido Verde foi o segundo partido que mais conseguiu emendas para a Bahia. No total, foram R$173,2 milhões obtidos para o estado através dos deputados federais Edson Duarte e Edgar Mão Branca. Como a filiação do deputado Luiz Bassuma se deu em setembro do ano passado os recursos obtidos por ele não foram contabilizados para o PV.
Os deputados Verdes conseguiram mais verbas para a Bahia do quê os petistas que contam com seis representantes na Câmara de Deputados e são correligionários do presidente Lula – de quem depende a liberação dos recursos.
Este resultado, divulgado em matéria publicada no Jornal A Tarde, neste domingo (18), mostra o bom trabalho desenvolvido pala bancada Verde. "Em menor número e com uma bancada independente o PV conseguiu um resultado superior aos dos seus aliados. O PT trouxe para a Bahia R$ 116,1 mi. Já o PMBD foi responsável por apenas 6% dos recursos que chegaram ao estado.
"Esse reconhecimento deixa a nossa militância ainda mais embasada e fortalecida para pedir votos para o nosso partido. O PV prova que pode fazer muito mais pelos baianos", disse o presidente do partido na Bahia, Ivanilson Gomes.

domingo, 20 de junho de 2010

BASSUMA: “NÃO MEREÇO O QUE DEUS ESTÁ ME DANDO”

Emocionado diante da convenção do PV lotada na manhã deste sábado, o pré-candidato ao governo do estado, Luiz Bassuma, saudou os presentes no evento dizendo que a indicação do partido ao cargo é, para ele, uma honra e que a bênção divina para si não é merecida, tamanha sua alegria com o fato. “Eu agradeço todos os dias por isso. Não mereço nem um milésimo do que Deus está me dando aqui agora, com o PV me indicando a candidato ao Governo da Bahia”. O deputado federal assinalou também que a atitude do partido demonstra que, nos últimos 20 anos, o PV estava sendo “gestado em uma espécie de útero” e que agora tem condições de se apresentar diante da sociedade de maneira adulta.
 
Fonte: Bahia Notícias

GOMES: “COLLOR FOI ELEITO COM MENOS TV QUE NÓS”

 
 
 O presidente estadual do PV, Ivanílson Gomes, acredita que as estratégias alternativas que o partido assumirá para tentar vencer a disputa ao Governo do Estado serão efetivas para o alcance do objetivo da legenda nas eleições de outubro. Para exemplificar a eficiência do método, o dirigente citou que o ex-presidente Fernando Collor foi eleito no início dos anos 90 com menos tempo de TV que o PV tem na Bahia, que hoje gira em torno de um minuto e 20 segundos. “Vamos partir para o diálogo direto com a sociedade. Ela está cansada de políticos que se aliançam apenas para se aproveitar das pessoas. A nossa proposta é de renovação das forças políticas, ainda mais em um estado em que elas não mudam, só trocam de partido”, criticou. Gomes esclareceu que o PV já programa as primeiras viagens ao interior do estado e promete para o São João caminhadas com comunidades em cidades-chave que celebram o santo. A organização da campanha de Bassuma já se articula com as TVs e rádios do estado para participar dos debates entre os candidatos e garante que o deputado participará de todos a que for convidado.
 
Fonte: Bahia Notícias

PV: VICE RELACIONA ANIMAIS E SAÚDE PÚBLICA

A veterinária Lília Amorim, escolhida para ser a candidata a vice-governadora pela chapa do PV nas eleições deste ano, está convencida de que a sua principal bandeira política, a defesa e dignidade dos animais, não é uma causa que diz respeito a madames desocupadas ou pessoas que não ligam para a condição de desigualdade em relação a seus semelhantes humanos. Para ela, defender esta idéia é, antes de tudo, uma questão de saúde pública. Segundo ela, a manutenção de uma vida digna aos animais e uma relação saudável com os homens é fundamental para que muitas doenças sejam evitadas. “Vemos no país inteiro gente sofrendo com leptospirose, raiva e outras doenças transmitidas pelos animais. Se cuidássemos melhor deles, controlássemos a população, poderíamos mudar completamente este quadro”, analisa. Segundo ela, um exemplo fácil de encontrar está em Salvador, que tem uma população de cães sem dono que vagam pelas ruas que ultrapassa as centenas de milhares. Ela alega que o investimento com uma política de castração em massa, além de ser mais efetiva e digna para com os bichos, também é mais barata para os cofres públicos. 

(Lucas Esteves)

BASSUMA ACREDITA EM “ONDA” INCONTROLÁVEL

O candidato ao governo estadual pelo PV, Luiz Bassuma, foi confirmado na posição neste sábado durante convenção estadual ao partido e declarou com exclusividade ao Bahia Notícias que, no seu entendimento, a ocasião da oferta de seu nome ao cargo maior do Executivo baiano acontece em um momento energético propício. Conhecido por levar em consideração o etéreo em suas relações pessoais e políticas, o deputado federal considera que uma série de “coincidências” o levam a acreditar que a sociedade – baiana e brasileira – será levada por uma espécie de “onda” que dará ao partido visibilidade e, assim, trará a si mesmo e a Marina Silva grandes resultados nas eleições de outubro. “Tenho sinais claros de que vem aí uma onda. E uma onda, por definição, a gente não controla. Ela simplesmente contagia as pessoas espontaneamente, deixa elas tomadas por um sentimento”, divaga. Bassuma considera alguns encontros inesperados durante os últimos tempo com pessoas de forte poder pessoal e espiritual, como no caso da candidata a vice Lília Amorim, escolhida apesar do pouco tempo de conhecimento mútuo, é um exemplo de que as melhores forças estão se concentrando ao lado do PV. O candidato diz estar plenamente convencido de que a ex-senadora acreana chegará ao segundo turno do pleito.
(Lucas Esteves)

PV TEM DUARTE COMO CANDIDATO ÚNICO AO SENADO

Como já era esperado, ficou definido na convenção estadual do PV, neste sábado (19) que Edson Duarte será o candidato único ao Senado na chapa majoritária da sigla. O nome do político foi escolhido com 103 votos em eleição interna. O presidente estadual da legenda, Ivanilson Gomes, explicou que a candidatura única para senador segue a estratégia nacional do PV, com o objetivo de dar mais musculatura ao nome escolhido. O presidente do Olodum, João Jorge, também concorreu ao pleito e foi derrotado com apenas dois votos. Já a ex-diretora do Instituto do Meio Ambiente, Beth Wagner, que pleiteava a vaga, desistiu horas antes da votação.

PV INICIA OFICIALMENTE A CONVENÇÃO ESTADUAL


Às 11h15, teve início oficial a convenção estadual do PV na Bahia, para o anúncio oficial dos candidatos principais do partido nas Eleições 2010. A cerimônia foi iniciada com a composição da mesa, que conta com o presidente do partido, Ivanílson Gomes, o pré-candidato ao Senado, Edson Duarte e os pré-candidatos ao governo e vice, Luz Bassuma e Lília Amorim. Na primeira fala do evento, o presidente Gomes anunciou que os diversos pré-candidatos da legenda terão direito a fala no microfone geral para convencerem os correligionários de que deverão ser os eleitos pelo PV a disputar o pleito este ano. Logo depois, a veterinária Lília Amorim falou sobre o convite de uma cadeirante para ser candidata a vice-governadora. “Fiquei muito emocionada com o convite porque o partido deu uma demonstração de predisposição real, não foi apenas uma manifestação verbal. Quero fazer com que os deficientes tenham uma vida melhor, possam sair de casa com liberdade.”

quarta-feira, 16 de junho de 2010

PV Ilhéus participará da Convenção Estadual em Salvador

Neste sábado (19), representantes do Partido Verde se reúnem para decidir os nomes que vão compor a chapa majoritária e proporcional para as eleições 2010. O encontro acontece no Hotel Sol Bahia Atlântico, em Patamares, a partir das 9 horas.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Presidente do PV na Bahia lança blog

Em momentos de transformações políticas a oposição que nem sempre encontra espaço nos meios convencionais deve criar alternativas para divulgar suas idéias. É com esse intuito que o presidente do PV na Bahia, Ivanilson Gomes, lança nesta sexta-feira (18) o seu blog.

No endereço o internauta vai encontrar notícias e informações sobre o partido, agenda do PV na Bahia e comentários sobre acontecimentos políticos. O site conta também com galeria de fotos e vídeos.

O www.ivanilsongomespv.com.br que, está em fase de finalização, será usado também como um canal de comunicação com os partidários e eleitores sem perder de vista o público em geral.

O presidente PV disse que resolveu criar o espaço para discutir temas que acredito serem relevantes e nem sempre encontram destaque na mídia. Acesse: www.ivanilsongomespv.com.br.  

Fonte: Jornal Bahia On Line

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Definição sobre usinas nucleares para o Nordeste sai neste semestre




A Bahia é um dos estados que estão no páreo para receber um dos quatro equipamentos

Até o final deste semestre, a Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás, conclui os estudos que indicarão locais no Nordeste do País aptos a receber duas das quatro usinas nucleares a serem implantadas pelo governo federal nos próximos anos.

A afirmação foi feita, ontem, pelo presidente da estatal, Othon Luiz Pinheiro da Silva, em meio a um embate entre governo e ambientalistas na audiência pública da Comissão de Meio Ambiente da Câmara requerida pelo deputado federal baiano Edson Duarte (PV).


A Bahia é um dos estados que estão no páreo para receber uma das usinas, inclusive com documento de intenções já encaminhado ao Planalto pelo governador Jaques Wagner, para irritação dos verdes baianos.

“O governador, ao se eleger, não recebeu carta branca da sociedade baiana. Ele não está discutindo o assunto nem com as instituições nem com a sociedade”, criticou Duarte.

Por meio de sua assessoria, Jaques Wagner respondeu que os debates vêm acontecendo, sim, dentro dos conselhos que têm participação da sociedade civil “bastante fortalecidos, aliás, nesse governo” e que, como é necessária uma emenda à Constituição Estadual para instalação da usina, a sociedade também participará dos debates no âmbito da Assembleia Legislativa.

Concluídos os estudos da Eletronuclear, o governo federal terá que encaminhar um projeto de lei ao Congresso Nacional pedindo autorização para construção das usinas.

Plano As novas usinas nucleares no País fazem parte do Plano Nacional de Energia 2030, denro do esforço do governo federal para ampliar a oferta de energia, mas ainda não se sabe a projeção de investimentos.

O Plano Decenal de Energia (PDE) prevê investimentos de R$ 951 bilhões até 2019 para fazer frente a uma previsão de crescimento da demanda de energia elétrica ao ritmo de 5,1% ao ano, o que significa ter que agregar cerca de 6,3 mil megawatts anuais nos próximos dez anos.

Sabe-se que um dos locais na Bahia fortemente cogitados para instalação da usina é o Submédio São Francisco, na divisa com Pernambuco, com previsão até de uso das águas do rio para refrigeração da usina.




Ludmilla, de A Tarde.

No 1º duelo Marina é a mais aplaudida

Com uma forte gripe a senadora Marina Silva foi a mais aplaudida no primeiro encontro entre os três pré-candidatos à Presidência, na tarde desta quinta-feira, em Belo Horizonte.
Líderes nas pesquisas, o tucano José Serra e a petista Dilma Rousseff polemizaram sobre osrepasses de verbas federais para os municípios e a possibilidade de uma reforma tributária profunda. Correndo por fora, Marina ganhou a plateia ao abordar temas espinhosos da vida política brasileira e pontos da agenda municipalista caros às dezenas de prefeitos que formavam a plateia.
Os três pré-candidatos concordaram quanto à necessidade de criação de um fundo de royalties para a exploração mineral cujos principais beneficiários seriam os prefeitos mineiros. O primeiro a sugerir a ideia foi o tucano. Nenhum deles disse como pretende implementar a proposta. Serra, Dilma e Marina também concordaram quanto à necessidade de uma reforma tributária profunda e, principalmente, sobre a dificuldade da empreitada.
Logo na primeira intervenção a pré-candidata do PV abordou temas como o transporte escolar, o Fundo de Participação dos Municípios, a emenda 29 (que transfere recursos para a saúde) e a necessidade de criação de um mecanismo de transferência automática de recursos federais, para que os prefeitos não dependam da boa vontade ou da orientação partidária dos ministros. Muitos prefeitos que esperavam um discurso exclusivamente voltado para a questão ambiental se surpreenderam.
Dilma se limitou no início a elencar os inúmeros programas de parceria entre o governo federal e os municípios desfiando números e valores. Serra falou de suas realizações em prol das prefeituras na Assembleia Constituinte, no Ministério da Saúde e de sua experiência de pouco mais de dois anos como prefeito de São Paulo.
Os dois líderes ensaiaram uma polêmica sobre as compensações oferecidas pelo governo federal aos municípios em decorrência das perdas de arrecadação provocadas pelas isenções de ICMS e IPI concedidas para aliviar os efeitos da crise financeira global.
Dilma disse que o governo Lula foi o primeiro a conceder tal benefício às prefeituras. Serra rebateu dizendo que o repasse foi de R$ 2 bilhões mas as perdas de R$ 3,5 bilhões. Dilma se defendeu alegando que todos, inclusive o governo federal, tiveram perdas e os R$ 2 bilhões foram fruto de negociação com os prefeitos. Serra, por fim, admitiu que a isenção foi uma medida positiva para a economia em geral mas defendeu a criação de um mecanismo de repasse automático para que o governo federal não faça "generosidade com o chapeu alheio".
A polêmica foi um exemplo do comportamento dos líderes. Serra criticava ações do governo dizendo que poderia ter sido feito mais e Dilma rebatia com números mostrando os saltos obtidos em relação à gestão de Fernando Henrique.
Enquanto Dilma prosseguia com as realizações do governo Lula e detalhando projetos futuros como o PAC 2 e o Minha Casa Minha Vida 2, Serra tentava demonstrar bom humor. Ele fez uma inconfidência ao revelar que Dilma torce pelo Atlético Mineiro e tentou contornar o mal estar quando percebeu a desaprovação da petista, alvo de uma vaia dos cruzeirenses na plateia. "Não se preocupe com isso Dilma porque em São Paulo eu também torço pelo time que tem menor torcida, o Palmeiras", disse.
Depois fez uma piada com o mediador, Fernando Mitre, que a toda hora avisava os pré-candidatos que eles tinham 45 segundos para terminar a resposta. "Não sei o que é 45. Daqui a pouco vai ter processo na Justiça Eleitoral. O que é 45?", questionou Serra. O número do PSDB é 45.
Embora tenha feito críticas, o tucano tomou cuidado para não passar a imagem de opositor e faz diversos afagos a Lula. Serra usou os cinco minutos de sua intervenção final distribuindo "créditos". O primeiro foi para Marina Silva e o senador Tião Vianna (PT-AC) pelo empenho na aprovação da emenda 29, o segundo para Dilma e Lula. "Quando fui prefeito Dilma não fez nenhuma discriminaçãO à minha cidade e ao meu estado, ela e o Lula", disse.
Marina correu por fora
Já Marina, apesar da forte gripe que tornava ainda mais frágil sua voz, pairou ao largo da polêmica entre os líderes das pesquisas. A senadora do PV colocou o dedo na ferida ao dizer que a eleição não deve ser um plebiscito nem um embate entre as duas principais forças eleitorais do País mas sim um debate de propostas, ao criticar a lógica "de conveniência" da política tradicional e ao dizer que tanto o PT quanto o PSDB se aliaram ao que havia de pior na política brasileira quando assumiram o governo.
Neste momento Serra revelou que pretende convidar PT e PV a participar de seu governo e admitiu que a postura da oposição empurrou Lula e Fernando Henrique Cardoso para os braços do PMDB e DEM, respectivamente. Dilma, que espera ter um vice do PMDB, não se manifestou.
Marina distribuiu alfinetadas e afagos indiscriminadamente. Lembrou que a primeira marcha de prefeitos a Brasília foi recebida pela polícia em 1998, no governo FHC. Falou que as verbas de combate a enchentes para a Bahia foram canalizadas para os aliados do ex-ministro da Cidades de Lula, Gedel Vieira Lima (PMDB). Disse que Lula quebrou um paradigma ao promover crescimento econômico com distribuição de renda. Parabenizou Fernando Henrique por ter universalizado o acesso ao ensino básico.
Quando entrou no discurso ambiental, tentou trazer o tema para a realidade dos prefeitos. "Antes destas enchentes quem de vocês daria tanta importância para a necessidade de uma Defesa Civil forte nas suas cidades?", questionou.
Ao final, sintetizou o primeiro encontro entre os três pré-candidatos no painel "Autonomia Municipal: Realidade ou Utopia?" durante o 27º Congresso Mineiro de Municípios, em Belo Horizonte.
"Acho que foi um bom ensaio, Serra. Acho que foi um bom ensaio, Dilma. Viemos aqui para o debate e não para o embate", disse ela. Foi aplaudida pela pelos prefeitos, quase todos comprometidos com as candidaturas de Serra e Dilma.

Para Candidato Verde, PT virou máquina de ganhar eleições.

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Por Davi Lemos ---Direto de Salvador

O deputado federal Luiz Bassuma (PV), pré-candidato ao governo do Estado da Bahia, não fugiu de questões polêmicas e, dentre outras declarações, afirmou que foi para ele uma honra ser punido pelo PT por não defender a legalização do aborto. "O aborto é um crime", enfatizou ele, que não dispensou críticas ao antigo partido, do qual vem se afastando desde o episódio do mensalão que, dentre outras consequências, custou o mandato do ex-deputado José Dirceu, então ministro da Casa Civil.
Bassuma também cobrou coerência do ministro da Cultura, Juca Ferreira, acusado de utilizar o cargo de ministro para impedir a candidatura dos verdes à presidência e nos estados. "Queriam que o PV fosse uma sublegenda do PT", disparou. Ele também barrou a possibilidade de lançamento do presidente do Olodum, João Jorge, ao Senado. Afirmou que o PV terá apenas um candidato, o deputado federal Edson Duarte.
 
 
Terra - Dentro deste quadro sucessório, o que representa a candidatura do PV?
Bassuma - Neste momento em que a conjuntura, nacional que, lógico, reverbera na Bahia, em nosso estado, o Partido Verde se apresenta como alternativa de poder, para desenhar e construir um novo modelo econômico, que não mais degrade a natureza, não mais destrua os recursos naturais e que faça inserção social com melhor distribuição de renda, é da maior relevância. Seria muito triste se não tivéssemos a candidatura da (senadora) Marina (Silva, pré-candidata à presidência pelo PV) e, também na Bahia, para que a sociedade pudesse dialogar e pudéssemos oferecer este modelo que é diferente daquilo que é proposto pelo PT e pelos outros partidos que estão, com legitimidade, disputando as eleições, mas que estão com um pensamento ultrapassado e que não atende aos anseios da nossa contemporaneidade.
Terra - As candidaturas que são colocadas como principais no estado pretendem reproduzir na Bahia uma espécie de eleição plebiscitária que já se configura no plano nacional. Como o PV se organiza para se apresentar como opção viável?
Bassuma
- Não há mais risco nenhum (da eleição plebiscitária), graças a Deus. Se o partido não estivesse nacionalmente na disputa com Marina, o plebiscito certamente já se teria sido feito, pois Ciro (Gomes, deputado federal pelo PSB/CE) foi eliminado; não teria outra alternativa. Já na Bahia, não há risco nenhum de plebiscito, até porque nós temos quatro forças, em tese, disputando estas eleições. A primeira é a eleição do PT, com (o governador Jaques) Wagner; a segunda, o Democratas, com Paulo Souto a governador; e a terceira com Geddel (Vieira Lima) do PMDB e nós do Partido Verde, que não tem ligação com nenhuma das três e que temos outra candidatura presidencial. Portanto o plebiscito na Bahia está praticamente impossível, bem como é garantido na Bahia não há condições de as eleições serem vencidas no primeiro turno por nenhum dos concorrentes. Teremos ainda o segundo turno e isso é bom para a democracia. Costumo dizer que, no primeiro turno, seria ideal que os partidos organizados, que têm ideal, alguma formulação de poder para organizar a sociedade, fizerem o máximo de candidaturas. Escolhido os dois que vão para o segundo turno, aí sim, seria o momento de fazer as alianças. Aí a pessoa escolhe o menos pior, aquele que se aproxima mais daquele que votei no primeiro turno.
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Terra - Como o senhor avalia os critérios para firmar alianças aqui no estado e no Brasil? Parece que hoje as questões de princípio, de ideais, são o que menos importa.
Bassuma
- Se houve um ponto comum que fez a Marina Silva e eu sairmos do PT e ingressarmos no Partido Verde - na minha questão teve o fato de eu também não querer abrir mão de minha liberdade de expressão, contra a legalização do aborto -, também teve um fator que foi o seguinte: o partido que nós trabalhamos a vida toda, que é o PT, ele foi se transformando numa máquina de ganhar eleições. E como para os grandes partidos do Brasil no período eleitoral vale tudo, bota tudo, vai por terra o ideal, a ideologia e as utopias. O que interessa é o seguinte: dá voto, tem peso na eleição? Então vamos nos aliar. Eu sou contra isso. Toda aliança tem que ter o mínimo de consistência e de coerência programática, senão vira aliança puramente eleitoral para se vencer. Prova disso foi o esforço violento feito pelo Wagner e o PT para trazer César Borges (PR) como candidato a senador, ele que era uma das expressões mais cristalizadas daquilo que o PT tentou romper com o passado, que era o que não funcionava no carlismo e perdeu para o Geddel na reta final, o que mostra que ali era uma aliança puramente pragmática no sentido de trazer mais alguns votos para ganhar as eleições. Disso nós discordamos.
 
Terra - Quando à questão da segurança pública, que afirmam ser o calcanhar de Aquiles da atual administração, como isso deve ser tratado durante a campanha eleitoral? Qual seria também a saída deste problema?
Bassuma
- A segurança pública é questão muito complexa. Costumo sempre dizer que um governo, em qualquer parte do mundo e em qualquer esfera federal, estadual ou municipal tem que cuidar de três áreas essenciais, que são educação de qualidade, saúde pública universal e a segurança, a garantia que o cidadão tem de ir e vir, sem o risco de ser assassinado ou assaltado, esses são papéis cruciais do estado. Quando estas áreas não vão bem, a tendência é o resto também não ir bem, e estas três áreas na Bahia não estão bem, com destaque para a segurança pública. Nos últimos anos, a situação que não era boa piorou em relação à atuação do chamado crime organizado. Nós temos uma sociedade violenta por vários fatores e os homicídios, os crimes passionais têm origem numa sociedade que ainda tem a violência perpassando em suas relações; e o estado pode ajudar a melhorar esta cultura. O PV defende a criação de um organismo que se dedique a uma cultura da paz e ninguém se dedica a isso. Vamos dar importância a isto em nosso governo: a paz como veículo para resolver este problema em nossas cidades. Mas a política de segurança é simples, não tem mistério. Quem se dedica a estudar isso sabe que é preciso investir primeiro em inteligência e a Bahia é sempre precária. Não adianta tratar o crime organizado na base, tem que prevenir com serviço de alta inteligência. E o Estado tem condições de ter alta tecnologia, profissionais qualificados para investigar, para desmantelar a cúpula do crime organizado.
 
Terra - Mas isto seria feito sem repressão?
Bassuma
- A segunda falha justamente é a forma de repressão, que é ainda completamente discriminatória. Se o ladrão for um pouquinho inteligente, ele veste um terno, faz a barba bonitinho, não vai ter repressão. Se estiver de sandália, de bermuda e for negro, este vai receber repressão automática. Nós temos que mudar esta cultura, pois repressão não resolve nada. Nós temos que ter a polícia para reprimir o crime, mas precisamos de outra cultura de repressão: tem que ser civilizada, firme e ética. Depois disso, entra a questão das viaturas, dos armamentos; a polícia tem que ser muito bem preparada, o salário não pode ser aviltado. É uma categoria que convive com o crime e estaria muito propensa a ser corrompida. Ter a corregedoria para eliminar os maus policiais. Há uma série de mudanças que precisam acontecer na estrutura na política de segurança pública na Bahia, que deixa muito a desejar. Por isso o crime aumenta tanto aqui.
 
Terra - Hoje, na saúde, explodem os casos de meningite e a dengue volta a preocupar.
Bassuma
- Que coisa triste. Um país como o nosso, que é uma potência. Nós somos uma das maiores potências econômicas do mundo há 30 anos já. E somos o país mais rico do planeta Terra. Água, terra, minério, energia. Tudo tem aqui em abundância. Então é lamentável que, com tanto recurso que a tecnologia nos coloca à disposição e com tanta riqueza que nós temos, nós ainda sofremos com este tipo de epidemia de coisas básicas. Um dia é meningite, outro dia é dengue, e assim vai. Se for pegar a espinha dorsal, esta é a grande falha da política de saúde pública do estado da Bahia. Investe-se pouco na prevenção. É o papel do agente comunitário de saúde, do médico de família, do PSF, que tem a ver com educação. As duas políticas têm que se cruzar. A maior parte destes problemas que ocorrem nas comunidades carentes são por falta de higiene ou por falta de alimentação adequada e condições de vida digna. Se não tem mecanismos para melhorar as condições de vida das pessoas, para que tenham condições de habitação digna, tem que prevenir o avanço das doenças com este trabalho preventivo dos agentes comunitários de saúde, que é muito precário. A Bahia tem que aumentar, e isto gera trabalho, emprego para jovens sem muito mercado. É uma política de saúde atrasada, e, o pior de tudo: o maior ralo de corrupção no Brasil, infelizmente é a saúde. Para cada dez reais que circulam na saúde pública brasileira, perdem-se quatro reais para a corrupção. Esta é uma estatística que já vi várias vezes. Uma estimativa, pois ninguém tem esses dados oficiais, claro. Então tem que fechar o ralo da corrupção, e é um ralo que já vem de décadas. Criou-se uma matriz que gerou um sistema corrompido, onde o dinheiro do SUS, que é uma ideia maravilhosa, onde o dinheiro vem do governo federal, distribui-se para todos os municípios para que todos tenham acesso à saúde. E esta ideia é tão boa que o governo Obama tenta aprovar no Congresso deles algo parecido com o nosso SUS. Mas por que o SUS é só teoria? Por causa do ralo da corrupção.
 
Terra - Dentro do partido como estão as discussões sobre a importância da candidatura própria? Já que houve a resistência do ministro da Cultura, Juca Ferreira.
Bassuma
- Infelizmente tivemos período ruim para o Partido Verde, que é um partido pequeno, e que teve a resistência de setores que representavam 5% do PV, que foi liderado pelo ministro Juca Ferreira e que, por vários meses, de dezembro até março, ajudou a sangrar o partido. Porque era contra que o PV lançasse candidatura própria e, também as pessoas que o seguiam, queria que fosse uma sublegenda do PT. Ele foi vencido, mas mesmo assim usava de sua estrutura de ministro para poder impor sua vontade. E, para ele não ser expulso do PV, essa foi uma decisão do diretório nacional, ele pediu seu afastamento, isso foi no final de março, que foi aceito por unanimidade por toda o diretório nacional. Ele está afastado do partido e vai continuar lá ministro do governo Lula. Aí está a incoerência dele. Ele tinha que fazer como Marina, que era ministra do governo Lula e sai para disputar a presidência. Como ele é do PV, tinha que ser coerente e também se licenciar, se afastar do governo, para poder ajudar na construção da proposta do PV. Mas ele optou por este caminho, mas graças a Deus essa fase está superada, estamos juntando agora as energias do PV para divulgar as suas propostas e não mais para tentar trabalhar estas questões menores.
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Terra - Havia a possibilidade de aliança com o PPS. Isso ainda é levado em consideração? Como estão as alianças do PV na Bahia?
Bassuma
- Nós não estamos fazendo tanto esforço para ter aliança até porque a maioria dos partidos estão ou aliados ao PT ou ao PMDB, que atraíram a maioria dos partidos pequenos e médios. Nós não temos nada a oferecer, a não ser o nosso futuro, nossos ideais e utopias. Então não vamos nunca negociar uma aliança, até porque não temos o que oferecer. Não temos estrutura para nós, imagine para os outros. Mas nós temos projetos, propostas, temos o futuro. E o PPS continua nos interessando, sim. Para nós, ideologicamente, a aliança com o PPS é boa; na nossa opinião, boa para os dois. Há muitos quadros no PPS que têm uma tradição parecida com a do PV. O que aconteceu com eles? A nível nacional estão com o (José) Serra (pré-candidato do PSDB à presidência), e o (deputado federal por Pernambuco) Roberto Freire, que é o presidente nacional do PPS, já declarou publicamente, inclusive por ofício para a direção estadual do PPS, que não aceita, em qualquer lugar do Brasil, aliança que venha favorecer o palanque da Dilma (Roussef, pré-candidata do PT à presidência). O que isso quer dizer? Se não for para fortalecer o palanque do Serra, não pode ser o da Dilma. Eles aqui na Bahia, fizeram o caminho ao PMDB (o que implica apoio a Dilma) - dividido, porque não chegaram nem à metade nos membros de uma reunião sem quorum - e está sob análise do PPS nacional. Estamos abertos, claro, quando o PPS resolver esta questão interna.
 
Terra - Para o Senado já tem o nome do deputado Edson Duarte. E surgiu agora o nome do presidente do Olodum, João Jorge. Quando o partido define?
Bassuma
- A questão do Edson é muito mais anterior. Em outubro, novembro e dezembro, uma parte do PV, do qual faziam parte João Jorge e Beth Wagner (ex-presidente do Instituto do Meio Ambiente na Bahia), eles estavam junto com o Juca, se opondo à candidatura própria. No mês de março, quando isso foi vencido, apresentaram o nome para o Senado. Mas qual a avaliação que o PV nacional faz? É pela candidatura de apenas um senador em todos os estados para ter chance de eleger um senador. Vamos disputar a presidência e, na Bahia, o candidato a governador sou eu. Se nós colocássemos dois candidatos do PV ao Senado, dividiriam os votos e teríamos poucas pessoas para eleger senador. Quando oferecemos apenas um nome à sociedade, aqueles cidadãos que já está votando em Marina, que vota em Bassuma, a tendência natural é votar neste candidato ao Senado. Por isso estamos debatendo com os companheiros e explicando para eles que, na Bahia, o PV deve caminhar com apenas um candidato. E o nome fechado até agora é o do Edson Duarte.
 
Terra - Um dos motivos apresentados para sua saída do PT foi a apresentação de voto contrário à legalização do aborto. Como foi esse processo? E o PT tentou lhe colocar uma pecha de pessoa retrógrada, por conta das convicções religiosas. Como o senhor vê isso?
Bassuma
- Esse processo foi um desgaste, mas para mim foi uma honra. Ser punido com um ano de suspensão, por um partido como o PT, com toda uma tradição, um partido poderoso no Brasil, por defender a vida e ser contrário a legalização do aborto, foi uma honra. Eu ficaria triste e envergonhado se tivesse sido punido pelo partido por fazer uma coisa errada, algum desvio. Na verdade, minha crise com o PT vinha já desde 2005, quando houve aquela crise do mensalão. Eu fui uma das pessoas que publicamente externou a minha crítica àqueles do PT que cometeram este erro. Não podia negar, esconder debaixo da mesa aquele problema sério, que foi ruim. O PT tinha um projeto crítico, tinha que reconhecer que aquele erro não poderia mais ser repetido. De lá para cá, minha relação havia se desgastando muito. E este processo foi movido pelo PT agora. O que eu defendo? Isto o partido tinha que explicar para a sociedade. Primeiro não abro mão do direito de lutar pelo que acredito e estou disposto a pagar qualquer preço na vida para isto. Qualquer preço, mesmo a liberdade. Não posso ter medo de lutar pelo que acredito. No entanto, eu nunca quis que as pessoas no PT pensassem como eu, apenas que respeitassem. Eles optaram por este caminho, queriam calar minha voz, que eu não tivesse militância nesta questão.
 
Terra - Mas o que o senhor defende?
Bassuma
- Eu defendo políticas públicas, nos âmbitos federal, estadual e municipal de planejamento familiar. É uma burrice pensar que legalizando um crime, você vai resolver um problema. O aborto é um crime no Brasil. Além de matar a criança, o aborto traz sequelas à mulher. Não tem uma mulher que passe pelo aborto e que não sofra sequelas, nem que sejam psicológicas. O que eu defendo? Prevenir o aborto com políticas públicas de educação e de planejamento familiar para prevenir a gravidez indesejada. Foi sempre o que defendi e continuo defendendo. Infelizmente o PT tomou esse caminho e é por esta razão que tomei a decisão de sair e integrar o Partido Verde.
 
Terra - E qual o peso da candidatura de Marina Silva?
Bassuma
- Maravilhosa. Ela é a melhor coisa que aconteceu na política do Brasil nos últimos anos, porque ela é a grande novidade. Quem não conhece a história de Marina e vai conhecer e aqueles que conhecem vão se encantando, porque é uma história de verdade. Ali não tem nada falso. Ela já é uma referência internacional, e está preparada para esta missão de governar o Brasil. Não é como gerenciar um banco, não é como gerenciar uma indústria. Isso é cuidar da vida de quase 200 milhões de pessoas, melhorar a vida. Então ela está preparada para avançar no que já foi feito em outros governos, de Fernando Henrique e de Lula. Apesar do governo FHC ter cometido muitos erros, avançou na questão econômica. O Lula não mudou nada desta política. A política econômica do Lula é a mesma do Fernando Henrique. E o Lula avançou na parte social, indiscutivelmente. Mas está muito aquém. Quando a sociedade for conhecendo a Marina, ela só vai crescer, porque ela é verdadeira, tem virtude. E as pessoas querem um mundo que não seja mais agressor, que não seja discriminatório, não seja mais violento. A prioridade precisa ser a qualidade da vida das pessoas, não apenas o PIB e o indicador econômico. Ou seja, Marina não está preparada apenas para o debate e a campanha, mas também para governar um país tão complexo e importante para o Brasil.