domingo, 20 de junho de 2010

BASSUMA: “NÃO MEREÇO O QUE DEUS ESTÁ ME DANDO”

Emocionado diante da convenção do PV lotada na manhã deste sábado, o pré-candidato ao governo do estado, Luiz Bassuma, saudou os presentes no evento dizendo que a indicação do partido ao cargo é, para ele, uma honra e que a bênção divina para si não é merecida, tamanha sua alegria com o fato. “Eu agradeço todos os dias por isso. Não mereço nem um milésimo do que Deus está me dando aqui agora, com o PV me indicando a candidato ao Governo da Bahia”. O deputado federal assinalou também que a atitude do partido demonstra que, nos últimos 20 anos, o PV estava sendo “gestado em uma espécie de útero” e que agora tem condições de se apresentar diante da sociedade de maneira adulta.
 
Fonte: Bahia Notícias

GOMES: “COLLOR FOI ELEITO COM MENOS TV QUE NÓS”

 
 
 O presidente estadual do PV, Ivanílson Gomes, acredita que as estratégias alternativas que o partido assumirá para tentar vencer a disputa ao Governo do Estado serão efetivas para o alcance do objetivo da legenda nas eleições de outubro. Para exemplificar a eficiência do método, o dirigente citou que o ex-presidente Fernando Collor foi eleito no início dos anos 90 com menos tempo de TV que o PV tem na Bahia, que hoje gira em torno de um minuto e 20 segundos. “Vamos partir para o diálogo direto com a sociedade. Ela está cansada de políticos que se aliançam apenas para se aproveitar das pessoas. A nossa proposta é de renovação das forças políticas, ainda mais em um estado em que elas não mudam, só trocam de partido”, criticou. Gomes esclareceu que o PV já programa as primeiras viagens ao interior do estado e promete para o São João caminhadas com comunidades em cidades-chave que celebram o santo. A organização da campanha de Bassuma já se articula com as TVs e rádios do estado para participar dos debates entre os candidatos e garante que o deputado participará de todos a que for convidado.
 
Fonte: Bahia Notícias

PV: VICE RELACIONA ANIMAIS E SAÚDE PÚBLICA

A veterinária Lília Amorim, escolhida para ser a candidata a vice-governadora pela chapa do PV nas eleições deste ano, está convencida de que a sua principal bandeira política, a defesa e dignidade dos animais, não é uma causa que diz respeito a madames desocupadas ou pessoas que não ligam para a condição de desigualdade em relação a seus semelhantes humanos. Para ela, defender esta idéia é, antes de tudo, uma questão de saúde pública. Segundo ela, a manutenção de uma vida digna aos animais e uma relação saudável com os homens é fundamental para que muitas doenças sejam evitadas. “Vemos no país inteiro gente sofrendo com leptospirose, raiva e outras doenças transmitidas pelos animais. Se cuidássemos melhor deles, controlássemos a população, poderíamos mudar completamente este quadro”, analisa. Segundo ela, um exemplo fácil de encontrar está em Salvador, que tem uma população de cães sem dono que vagam pelas ruas que ultrapassa as centenas de milhares. Ela alega que o investimento com uma política de castração em massa, além de ser mais efetiva e digna para com os bichos, também é mais barata para os cofres públicos. 

(Lucas Esteves)

BASSUMA ACREDITA EM “ONDA” INCONTROLÁVEL

O candidato ao governo estadual pelo PV, Luiz Bassuma, foi confirmado na posição neste sábado durante convenção estadual ao partido e declarou com exclusividade ao Bahia Notícias que, no seu entendimento, a ocasião da oferta de seu nome ao cargo maior do Executivo baiano acontece em um momento energético propício. Conhecido por levar em consideração o etéreo em suas relações pessoais e políticas, o deputado federal considera que uma série de “coincidências” o levam a acreditar que a sociedade – baiana e brasileira – será levada por uma espécie de “onda” que dará ao partido visibilidade e, assim, trará a si mesmo e a Marina Silva grandes resultados nas eleições de outubro. “Tenho sinais claros de que vem aí uma onda. E uma onda, por definição, a gente não controla. Ela simplesmente contagia as pessoas espontaneamente, deixa elas tomadas por um sentimento”, divaga. Bassuma considera alguns encontros inesperados durante os últimos tempo com pessoas de forte poder pessoal e espiritual, como no caso da candidata a vice Lília Amorim, escolhida apesar do pouco tempo de conhecimento mútuo, é um exemplo de que as melhores forças estão se concentrando ao lado do PV. O candidato diz estar plenamente convencido de que a ex-senadora acreana chegará ao segundo turno do pleito.
(Lucas Esteves)

PV TEM DUARTE COMO CANDIDATO ÚNICO AO SENADO

Como já era esperado, ficou definido na convenção estadual do PV, neste sábado (19) que Edson Duarte será o candidato único ao Senado na chapa majoritária da sigla. O nome do político foi escolhido com 103 votos em eleição interna. O presidente estadual da legenda, Ivanilson Gomes, explicou que a candidatura única para senador segue a estratégia nacional do PV, com o objetivo de dar mais musculatura ao nome escolhido. O presidente do Olodum, João Jorge, também concorreu ao pleito e foi derrotado com apenas dois votos. Já a ex-diretora do Instituto do Meio Ambiente, Beth Wagner, que pleiteava a vaga, desistiu horas antes da votação.

PV INICIA OFICIALMENTE A CONVENÇÃO ESTADUAL


Às 11h15, teve início oficial a convenção estadual do PV na Bahia, para o anúncio oficial dos candidatos principais do partido nas Eleições 2010. A cerimônia foi iniciada com a composição da mesa, que conta com o presidente do partido, Ivanílson Gomes, o pré-candidato ao Senado, Edson Duarte e os pré-candidatos ao governo e vice, Luz Bassuma e Lília Amorim. Na primeira fala do evento, o presidente Gomes anunciou que os diversos pré-candidatos da legenda terão direito a fala no microfone geral para convencerem os correligionários de que deverão ser os eleitos pelo PV a disputar o pleito este ano. Logo depois, a veterinária Lília Amorim falou sobre o convite de uma cadeirante para ser candidata a vice-governadora. “Fiquei muito emocionada com o convite porque o partido deu uma demonstração de predisposição real, não foi apenas uma manifestação verbal. Quero fazer com que os deficientes tenham uma vida melhor, possam sair de casa com liberdade.”

quarta-feira, 16 de junho de 2010

PV Ilhéus participará da Convenção Estadual em Salvador

Neste sábado (19), representantes do Partido Verde se reúnem para decidir os nomes que vão compor a chapa majoritária e proporcional para as eleições 2010. O encontro acontece no Hotel Sol Bahia Atlântico, em Patamares, a partir das 9 horas.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Presidente do PV na Bahia lança blog

Em momentos de transformações políticas a oposição que nem sempre encontra espaço nos meios convencionais deve criar alternativas para divulgar suas idéias. É com esse intuito que o presidente do PV na Bahia, Ivanilson Gomes, lança nesta sexta-feira (18) o seu blog.

No endereço o internauta vai encontrar notícias e informações sobre o partido, agenda do PV na Bahia e comentários sobre acontecimentos políticos. O site conta também com galeria de fotos e vídeos.

O www.ivanilsongomespv.com.br que, está em fase de finalização, será usado também como um canal de comunicação com os partidários e eleitores sem perder de vista o público em geral.

O presidente PV disse que resolveu criar o espaço para discutir temas que acredito serem relevantes e nem sempre encontram destaque na mídia. Acesse: www.ivanilsongomespv.com.br.  

Fonte: Jornal Bahia On Line

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Definição sobre usinas nucleares para o Nordeste sai neste semestre




A Bahia é um dos estados que estão no páreo para receber um dos quatro equipamentos

Até o final deste semestre, a Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás, conclui os estudos que indicarão locais no Nordeste do País aptos a receber duas das quatro usinas nucleares a serem implantadas pelo governo federal nos próximos anos.

A afirmação foi feita, ontem, pelo presidente da estatal, Othon Luiz Pinheiro da Silva, em meio a um embate entre governo e ambientalistas na audiência pública da Comissão de Meio Ambiente da Câmara requerida pelo deputado federal baiano Edson Duarte (PV).


A Bahia é um dos estados que estão no páreo para receber uma das usinas, inclusive com documento de intenções já encaminhado ao Planalto pelo governador Jaques Wagner, para irritação dos verdes baianos.

“O governador, ao se eleger, não recebeu carta branca da sociedade baiana. Ele não está discutindo o assunto nem com as instituições nem com a sociedade”, criticou Duarte.

Por meio de sua assessoria, Jaques Wagner respondeu que os debates vêm acontecendo, sim, dentro dos conselhos que têm participação da sociedade civil “bastante fortalecidos, aliás, nesse governo” e que, como é necessária uma emenda à Constituição Estadual para instalação da usina, a sociedade também participará dos debates no âmbito da Assembleia Legislativa.

Concluídos os estudos da Eletronuclear, o governo federal terá que encaminhar um projeto de lei ao Congresso Nacional pedindo autorização para construção das usinas.

Plano As novas usinas nucleares no País fazem parte do Plano Nacional de Energia 2030, denro do esforço do governo federal para ampliar a oferta de energia, mas ainda não se sabe a projeção de investimentos.

O Plano Decenal de Energia (PDE) prevê investimentos de R$ 951 bilhões até 2019 para fazer frente a uma previsão de crescimento da demanda de energia elétrica ao ritmo de 5,1% ao ano, o que significa ter que agregar cerca de 6,3 mil megawatts anuais nos próximos dez anos.

Sabe-se que um dos locais na Bahia fortemente cogitados para instalação da usina é o Submédio São Francisco, na divisa com Pernambuco, com previsão até de uso das águas do rio para refrigeração da usina.




Ludmilla, de A Tarde.

No 1º duelo Marina é a mais aplaudida

Com uma forte gripe a senadora Marina Silva foi a mais aplaudida no primeiro encontro entre os três pré-candidatos à Presidência, na tarde desta quinta-feira, em Belo Horizonte.
Líderes nas pesquisas, o tucano José Serra e a petista Dilma Rousseff polemizaram sobre osrepasses de verbas federais para os municípios e a possibilidade de uma reforma tributária profunda. Correndo por fora, Marina ganhou a plateia ao abordar temas espinhosos da vida política brasileira e pontos da agenda municipalista caros às dezenas de prefeitos que formavam a plateia.
Os três pré-candidatos concordaram quanto à necessidade de criação de um fundo de royalties para a exploração mineral cujos principais beneficiários seriam os prefeitos mineiros. O primeiro a sugerir a ideia foi o tucano. Nenhum deles disse como pretende implementar a proposta. Serra, Dilma e Marina também concordaram quanto à necessidade de uma reforma tributária profunda e, principalmente, sobre a dificuldade da empreitada.
Logo na primeira intervenção a pré-candidata do PV abordou temas como o transporte escolar, o Fundo de Participação dos Municípios, a emenda 29 (que transfere recursos para a saúde) e a necessidade de criação de um mecanismo de transferência automática de recursos federais, para que os prefeitos não dependam da boa vontade ou da orientação partidária dos ministros. Muitos prefeitos que esperavam um discurso exclusivamente voltado para a questão ambiental se surpreenderam.
Dilma se limitou no início a elencar os inúmeros programas de parceria entre o governo federal e os municípios desfiando números e valores. Serra falou de suas realizações em prol das prefeituras na Assembleia Constituinte, no Ministério da Saúde e de sua experiência de pouco mais de dois anos como prefeito de São Paulo.
Os dois líderes ensaiaram uma polêmica sobre as compensações oferecidas pelo governo federal aos municípios em decorrência das perdas de arrecadação provocadas pelas isenções de ICMS e IPI concedidas para aliviar os efeitos da crise financeira global.
Dilma disse que o governo Lula foi o primeiro a conceder tal benefício às prefeituras. Serra rebateu dizendo que o repasse foi de R$ 2 bilhões mas as perdas de R$ 3,5 bilhões. Dilma se defendeu alegando que todos, inclusive o governo federal, tiveram perdas e os R$ 2 bilhões foram fruto de negociação com os prefeitos. Serra, por fim, admitiu que a isenção foi uma medida positiva para a economia em geral mas defendeu a criação de um mecanismo de repasse automático para que o governo federal não faça "generosidade com o chapeu alheio".
A polêmica foi um exemplo do comportamento dos líderes. Serra criticava ações do governo dizendo que poderia ter sido feito mais e Dilma rebatia com números mostrando os saltos obtidos em relação à gestão de Fernando Henrique.
Enquanto Dilma prosseguia com as realizações do governo Lula e detalhando projetos futuros como o PAC 2 e o Minha Casa Minha Vida 2, Serra tentava demonstrar bom humor. Ele fez uma inconfidência ao revelar que Dilma torce pelo Atlético Mineiro e tentou contornar o mal estar quando percebeu a desaprovação da petista, alvo de uma vaia dos cruzeirenses na plateia. "Não se preocupe com isso Dilma porque em São Paulo eu também torço pelo time que tem menor torcida, o Palmeiras", disse.
Depois fez uma piada com o mediador, Fernando Mitre, que a toda hora avisava os pré-candidatos que eles tinham 45 segundos para terminar a resposta. "Não sei o que é 45. Daqui a pouco vai ter processo na Justiça Eleitoral. O que é 45?", questionou Serra. O número do PSDB é 45.
Embora tenha feito críticas, o tucano tomou cuidado para não passar a imagem de opositor e faz diversos afagos a Lula. Serra usou os cinco minutos de sua intervenção final distribuindo "créditos". O primeiro foi para Marina Silva e o senador Tião Vianna (PT-AC) pelo empenho na aprovação da emenda 29, o segundo para Dilma e Lula. "Quando fui prefeito Dilma não fez nenhuma discriminaçãO à minha cidade e ao meu estado, ela e o Lula", disse.
Marina correu por fora
Já Marina, apesar da forte gripe que tornava ainda mais frágil sua voz, pairou ao largo da polêmica entre os líderes das pesquisas. A senadora do PV colocou o dedo na ferida ao dizer que a eleição não deve ser um plebiscito nem um embate entre as duas principais forças eleitorais do País mas sim um debate de propostas, ao criticar a lógica "de conveniência" da política tradicional e ao dizer que tanto o PT quanto o PSDB se aliaram ao que havia de pior na política brasileira quando assumiram o governo.
Neste momento Serra revelou que pretende convidar PT e PV a participar de seu governo e admitiu que a postura da oposição empurrou Lula e Fernando Henrique Cardoso para os braços do PMDB e DEM, respectivamente. Dilma, que espera ter um vice do PMDB, não se manifestou.
Marina distribuiu alfinetadas e afagos indiscriminadamente. Lembrou que a primeira marcha de prefeitos a Brasília foi recebida pela polícia em 1998, no governo FHC. Falou que as verbas de combate a enchentes para a Bahia foram canalizadas para os aliados do ex-ministro da Cidades de Lula, Gedel Vieira Lima (PMDB). Disse que Lula quebrou um paradigma ao promover crescimento econômico com distribuição de renda. Parabenizou Fernando Henrique por ter universalizado o acesso ao ensino básico.
Quando entrou no discurso ambiental, tentou trazer o tema para a realidade dos prefeitos. "Antes destas enchentes quem de vocês daria tanta importância para a necessidade de uma Defesa Civil forte nas suas cidades?", questionou.
Ao final, sintetizou o primeiro encontro entre os três pré-candidatos no painel "Autonomia Municipal: Realidade ou Utopia?" durante o 27º Congresso Mineiro de Municípios, em Belo Horizonte.
"Acho que foi um bom ensaio, Serra. Acho que foi um bom ensaio, Dilma. Viemos aqui para o debate e não para o embate", disse ela. Foi aplaudida pela pelos prefeitos, quase todos comprometidos com as candidaturas de Serra e Dilma.

Para Candidato Verde, PT virou máquina de ganhar eleições.

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Por Davi Lemos ---Direto de Salvador

O deputado federal Luiz Bassuma (PV), pré-candidato ao governo do Estado da Bahia, não fugiu de questões polêmicas e, dentre outras declarações, afirmou que foi para ele uma honra ser punido pelo PT por não defender a legalização do aborto. "O aborto é um crime", enfatizou ele, que não dispensou críticas ao antigo partido, do qual vem se afastando desde o episódio do mensalão que, dentre outras consequências, custou o mandato do ex-deputado José Dirceu, então ministro da Casa Civil.
Bassuma também cobrou coerência do ministro da Cultura, Juca Ferreira, acusado de utilizar o cargo de ministro para impedir a candidatura dos verdes à presidência e nos estados. "Queriam que o PV fosse uma sublegenda do PT", disparou. Ele também barrou a possibilidade de lançamento do presidente do Olodum, João Jorge, ao Senado. Afirmou que o PV terá apenas um candidato, o deputado federal Edson Duarte.
 
 
Terra - Dentro deste quadro sucessório, o que representa a candidatura do PV?
Bassuma - Neste momento em que a conjuntura, nacional que, lógico, reverbera na Bahia, em nosso estado, o Partido Verde se apresenta como alternativa de poder, para desenhar e construir um novo modelo econômico, que não mais degrade a natureza, não mais destrua os recursos naturais e que faça inserção social com melhor distribuição de renda, é da maior relevância. Seria muito triste se não tivéssemos a candidatura da (senadora) Marina (Silva, pré-candidata à presidência pelo PV) e, também na Bahia, para que a sociedade pudesse dialogar e pudéssemos oferecer este modelo que é diferente daquilo que é proposto pelo PT e pelos outros partidos que estão, com legitimidade, disputando as eleições, mas que estão com um pensamento ultrapassado e que não atende aos anseios da nossa contemporaneidade.
Terra - As candidaturas que são colocadas como principais no estado pretendem reproduzir na Bahia uma espécie de eleição plebiscitária que já se configura no plano nacional. Como o PV se organiza para se apresentar como opção viável?
Bassuma
- Não há mais risco nenhum (da eleição plebiscitária), graças a Deus. Se o partido não estivesse nacionalmente na disputa com Marina, o plebiscito certamente já se teria sido feito, pois Ciro (Gomes, deputado federal pelo PSB/CE) foi eliminado; não teria outra alternativa. Já na Bahia, não há risco nenhum de plebiscito, até porque nós temos quatro forças, em tese, disputando estas eleições. A primeira é a eleição do PT, com (o governador Jaques) Wagner; a segunda, o Democratas, com Paulo Souto a governador; e a terceira com Geddel (Vieira Lima) do PMDB e nós do Partido Verde, que não tem ligação com nenhuma das três e que temos outra candidatura presidencial. Portanto o plebiscito na Bahia está praticamente impossível, bem como é garantido na Bahia não há condições de as eleições serem vencidas no primeiro turno por nenhum dos concorrentes. Teremos ainda o segundo turno e isso é bom para a democracia. Costumo dizer que, no primeiro turno, seria ideal que os partidos organizados, que têm ideal, alguma formulação de poder para organizar a sociedade, fizerem o máximo de candidaturas. Escolhido os dois que vão para o segundo turno, aí sim, seria o momento de fazer as alianças. Aí a pessoa escolhe o menos pior, aquele que se aproxima mais daquele que votei no primeiro turno.
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Terra - Como o senhor avalia os critérios para firmar alianças aqui no estado e no Brasil? Parece que hoje as questões de princípio, de ideais, são o que menos importa.
Bassuma
- Se houve um ponto comum que fez a Marina Silva e eu sairmos do PT e ingressarmos no Partido Verde - na minha questão teve o fato de eu também não querer abrir mão de minha liberdade de expressão, contra a legalização do aborto -, também teve um fator que foi o seguinte: o partido que nós trabalhamos a vida toda, que é o PT, ele foi se transformando numa máquina de ganhar eleições. E como para os grandes partidos do Brasil no período eleitoral vale tudo, bota tudo, vai por terra o ideal, a ideologia e as utopias. O que interessa é o seguinte: dá voto, tem peso na eleição? Então vamos nos aliar. Eu sou contra isso. Toda aliança tem que ter o mínimo de consistência e de coerência programática, senão vira aliança puramente eleitoral para se vencer. Prova disso foi o esforço violento feito pelo Wagner e o PT para trazer César Borges (PR) como candidato a senador, ele que era uma das expressões mais cristalizadas daquilo que o PT tentou romper com o passado, que era o que não funcionava no carlismo e perdeu para o Geddel na reta final, o que mostra que ali era uma aliança puramente pragmática no sentido de trazer mais alguns votos para ganhar as eleições. Disso nós discordamos.
 
Terra - Quando à questão da segurança pública, que afirmam ser o calcanhar de Aquiles da atual administração, como isso deve ser tratado durante a campanha eleitoral? Qual seria também a saída deste problema?
Bassuma
- A segurança pública é questão muito complexa. Costumo sempre dizer que um governo, em qualquer parte do mundo e em qualquer esfera federal, estadual ou municipal tem que cuidar de três áreas essenciais, que são educação de qualidade, saúde pública universal e a segurança, a garantia que o cidadão tem de ir e vir, sem o risco de ser assassinado ou assaltado, esses são papéis cruciais do estado. Quando estas áreas não vão bem, a tendência é o resto também não ir bem, e estas três áreas na Bahia não estão bem, com destaque para a segurança pública. Nos últimos anos, a situação que não era boa piorou em relação à atuação do chamado crime organizado. Nós temos uma sociedade violenta por vários fatores e os homicídios, os crimes passionais têm origem numa sociedade que ainda tem a violência perpassando em suas relações; e o estado pode ajudar a melhorar esta cultura. O PV defende a criação de um organismo que se dedique a uma cultura da paz e ninguém se dedica a isso. Vamos dar importância a isto em nosso governo: a paz como veículo para resolver este problema em nossas cidades. Mas a política de segurança é simples, não tem mistério. Quem se dedica a estudar isso sabe que é preciso investir primeiro em inteligência e a Bahia é sempre precária. Não adianta tratar o crime organizado na base, tem que prevenir com serviço de alta inteligência. E o Estado tem condições de ter alta tecnologia, profissionais qualificados para investigar, para desmantelar a cúpula do crime organizado.
 
Terra - Mas isto seria feito sem repressão?
Bassuma
- A segunda falha justamente é a forma de repressão, que é ainda completamente discriminatória. Se o ladrão for um pouquinho inteligente, ele veste um terno, faz a barba bonitinho, não vai ter repressão. Se estiver de sandália, de bermuda e for negro, este vai receber repressão automática. Nós temos que mudar esta cultura, pois repressão não resolve nada. Nós temos que ter a polícia para reprimir o crime, mas precisamos de outra cultura de repressão: tem que ser civilizada, firme e ética. Depois disso, entra a questão das viaturas, dos armamentos; a polícia tem que ser muito bem preparada, o salário não pode ser aviltado. É uma categoria que convive com o crime e estaria muito propensa a ser corrompida. Ter a corregedoria para eliminar os maus policiais. Há uma série de mudanças que precisam acontecer na estrutura na política de segurança pública na Bahia, que deixa muito a desejar. Por isso o crime aumenta tanto aqui.
 
Terra - Hoje, na saúde, explodem os casos de meningite e a dengue volta a preocupar.
Bassuma
- Que coisa triste. Um país como o nosso, que é uma potência. Nós somos uma das maiores potências econômicas do mundo há 30 anos já. E somos o país mais rico do planeta Terra. Água, terra, minério, energia. Tudo tem aqui em abundância. Então é lamentável que, com tanto recurso que a tecnologia nos coloca à disposição e com tanta riqueza que nós temos, nós ainda sofremos com este tipo de epidemia de coisas básicas. Um dia é meningite, outro dia é dengue, e assim vai. Se for pegar a espinha dorsal, esta é a grande falha da política de saúde pública do estado da Bahia. Investe-se pouco na prevenção. É o papel do agente comunitário de saúde, do médico de família, do PSF, que tem a ver com educação. As duas políticas têm que se cruzar. A maior parte destes problemas que ocorrem nas comunidades carentes são por falta de higiene ou por falta de alimentação adequada e condições de vida digna. Se não tem mecanismos para melhorar as condições de vida das pessoas, para que tenham condições de habitação digna, tem que prevenir o avanço das doenças com este trabalho preventivo dos agentes comunitários de saúde, que é muito precário. A Bahia tem que aumentar, e isto gera trabalho, emprego para jovens sem muito mercado. É uma política de saúde atrasada, e, o pior de tudo: o maior ralo de corrupção no Brasil, infelizmente é a saúde. Para cada dez reais que circulam na saúde pública brasileira, perdem-se quatro reais para a corrupção. Esta é uma estatística que já vi várias vezes. Uma estimativa, pois ninguém tem esses dados oficiais, claro. Então tem que fechar o ralo da corrupção, e é um ralo que já vem de décadas. Criou-se uma matriz que gerou um sistema corrompido, onde o dinheiro do SUS, que é uma ideia maravilhosa, onde o dinheiro vem do governo federal, distribui-se para todos os municípios para que todos tenham acesso à saúde. E esta ideia é tão boa que o governo Obama tenta aprovar no Congresso deles algo parecido com o nosso SUS. Mas por que o SUS é só teoria? Por causa do ralo da corrupção.
 
Terra - Dentro do partido como estão as discussões sobre a importância da candidatura própria? Já que houve a resistência do ministro da Cultura, Juca Ferreira.
Bassuma
- Infelizmente tivemos período ruim para o Partido Verde, que é um partido pequeno, e que teve a resistência de setores que representavam 5% do PV, que foi liderado pelo ministro Juca Ferreira e que, por vários meses, de dezembro até março, ajudou a sangrar o partido. Porque era contra que o PV lançasse candidatura própria e, também as pessoas que o seguiam, queria que fosse uma sublegenda do PT. Ele foi vencido, mas mesmo assim usava de sua estrutura de ministro para poder impor sua vontade. E, para ele não ser expulso do PV, essa foi uma decisão do diretório nacional, ele pediu seu afastamento, isso foi no final de março, que foi aceito por unanimidade por toda o diretório nacional. Ele está afastado do partido e vai continuar lá ministro do governo Lula. Aí está a incoerência dele. Ele tinha que fazer como Marina, que era ministra do governo Lula e sai para disputar a presidência. Como ele é do PV, tinha que ser coerente e também se licenciar, se afastar do governo, para poder ajudar na construção da proposta do PV. Mas ele optou por este caminho, mas graças a Deus essa fase está superada, estamos juntando agora as energias do PV para divulgar as suas propostas e não mais para tentar trabalhar estas questões menores.
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Terra - Havia a possibilidade de aliança com o PPS. Isso ainda é levado em consideração? Como estão as alianças do PV na Bahia?
Bassuma
- Nós não estamos fazendo tanto esforço para ter aliança até porque a maioria dos partidos estão ou aliados ao PT ou ao PMDB, que atraíram a maioria dos partidos pequenos e médios. Nós não temos nada a oferecer, a não ser o nosso futuro, nossos ideais e utopias. Então não vamos nunca negociar uma aliança, até porque não temos o que oferecer. Não temos estrutura para nós, imagine para os outros. Mas nós temos projetos, propostas, temos o futuro. E o PPS continua nos interessando, sim. Para nós, ideologicamente, a aliança com o PPS é boa; na nossa opinião, boa para os dois. Há muitos quadros no PPS que têm uma tradição parecida com a do PV. O que aconteceu com eles? A nível nacional estão com o (José) Serra (pré-candidato do PSDB à presidência), e o (deputado federal por Pernambuco) Roberto Freire, que é o presidente nacional do PPS, já declarou publicamente, inclusive por ofício para a direção estadual do PPS, que não aceita, em qualquer lugar do Brasil, aliança que venha favorecer o palanque da Dilma (Roussef, pré-candidata do PT à presidência). O que isso quer dizer? Se não for para fortalecer o palanque do Serra, não pode ser o da Dilma. Eles aqui na Bahia, fizeram o caminho ao PMDB (o que implica apoio a Dilma) - dividido, porque não chegaram nem à metade nos membros de uma reunião sem quorum - e está sob análise do PPS nacional. Estamos abertos, claro, quando o PPS resolver esta questão interna.
 
Terra - Para o Senado já tem o nome do deputado Edson Duarte. E surgiu agora o nome do presidente do Olodum, João Jorge. Quando o partido define?
Bassuma
- A questão do Edson é muito mais anterior. Em outubro, novembro e dezembro, uma parte do PV, do qual faziam parte João Jorge e Beth Wagner (ex-presidente do Instituto do Meio Ambiente na Bahia), eles estavam junto com o Juca, se opondo à candidatura própria. No mês de março, quando isso foi vencido, apresentaram o nome para o Senado. Mas qual a avaliação que o PV nacional faz? É pela candidatura de apenas um senador em todos os estados para ter chance de eleger um senador. Vamos disputar a presidência e, na Bahia, o candidato a governador sou eu. Se nós colocássemos dois candidatos do PV ao Senado, dividiriam os votos e teríamos poucas pessoas para eleger senador. Quando oferecemos apenas um nome à sociedade, aqueles cidadãos que já está votando em Marina, que vota em Bassuma, a tendência natural é votar neste candidato ao Senado. Por isso estamos debatendo com os companheiros e explicando para eles que, na Bahia, o PV deve caminhar com apenas um candidato. E o nome fechado até agora é o do Edson Duarte.
 
Terra - Um dos motivos apresentados para sua saída do PT foi a apresentação de voto contrário à legalização do aborto. Como foi esse processo? E o PT tentou lhe colocar uma pecha de pessoa retrógrada, por conta das convicções religiosas. Como o senhor vê isso?
Bassuma
- Esse processo foi um desgaste, mas para mim foi uma honra. Ser punido com um ano de suspensão, por um partido como o PT, com toda uma tradição, um partido poderoso no Brasil, por defender a vida e ser contrário a legalização do aborto, foi uma honra. Eu ficaria triste e envergonhado se tivesse sido punido pelo partido por fazer uma coisa errada, algum desvio. Na verdade, minha crise com o PT vinha já desde 2005, quando houve aquela crise do mensalão. Eu fui uma das pessoas que publicamente externou a minha crítica àqueles do PT que cometeram este erro. Não podia negar, esconder debaixo da mesa aquele problema sério, que foi ruim. O PT tinha um projeto crítico, tinha que reconhecer que aquele erro não poderia mais ser repetido. De lá para cá, minha relação havia se desgastando muito. E este processo foi movido pelo PT agora. O que eu defendo? Isto o partido tinha que explicar para a sociedade. Primeiro não abro mão do direito de lutar pelo que acredito e estou disposto a pagar qualquer preço na vida para isto. Qualquer preço, mesmo a liberdade. Não posso ter medo de lutar pelo que acredito. No entanto, eu nunca quis que as pessoas no PT pensassem como eu, apenas que respeitassem. Eles optaram por este caminho, queriam calar minha voz, que eu não tivesse militância nesta questão.
 
Terra - Mas o que o senhor defende?
Bassuma
- Eu defendo políticas públicas, nos âmbitos federal, estadual e municipal de planejamento familiar. É uma burrice pensar que legalizando um crime, você vai resolver um problema. O aborto é um crime no Brasil. Além de matar a criança, o aborto traz sequelas à mulher. Não tem uma mulher que passe pelo aborto e que não sofra sequelas, nem que sejam psicológicas. O que eu defendo? Prevenir o aborto com políticas públicas de educação e de planejamento familiar para prevenir a gravidez indesejada. Foi sempre o que defendi e continuo defendendo. Infelizmente o PT tomou esse caminho e é por esta razão que tomei a decisão de sair e integrar o Partido Verde.
 
Terra - E qual o peso da candidatura de Marina Silva?
Bassuma
- Maravilhosa. Ela é a melhor coisa que aconteceu na política do Brasil nos últimos anos, porque ela é a grande novidade. Quem não conhece a história de Marina e vai conhecer e aqueles que conhecem vão se encantando, porque é uma história de verdade. Ali não tem nada falso. Ela já é uma referência internacional, e está preparada para esta missão de governar o Brasil. Não é como gerenciar um banco, não é como gerenciar uma indústria. Isso é cuidar da vida de quase 200 milhões de pessoas, melhorar a vida. Então ela está preparada para avançar no que já foi feito em outros governos, de Fernando Henrique e de Lula. Apesar do governo FHC ter cometido muitos erros, avançou na questão econômica. O Lula não mudou nada desta política. A política econômica do Lula é a mesma do Fernando Henrique. E o Lula avançou na parte social, indiscutivelmente. Mas está muito aquém. Quando a sociedade for conhecendo a Marina, ela só vai crescer, porque ela é verdadeira, tem virtude. E as pessoas querem um mundo que não seja mais agressor, que não seja discriminatório, não seja mais violento. A prioridade precisa ser a qualidade da vida das pessoas, não apenas o PIB e o indicador econômico. Ou seja, Marina não está preparada apenas para o debate e a campanha, mas também para governar um país tão complexo e importante para o Brasil.

Marina ganha perfil na revista 'The Economist'

Marina Silva é uma pré-candidata que parece "ter princípios demais" para disputar uma campanha eleitoral, que "sobreviveu à infância", e que quer o Brasil como exemplo de utilização de energia para outros países em desenvolvimento. É como a revista britânica "The Economist" desenha a pré-candidata à Presidência pelo PV, numa reportagem na edição desta semana sobre a candidatura Marina.
  
Com o título "Outro Silva" - em alusão ao fato de o sobrenome do presidente Lula também ser Silva -, a reportagem é um perfil da verde. Começa dizendo que "De vez em quando, um político surge parecendo ter princípios demais para disputar uma briga de cachorro grande numa campanha eleitoral. Marina Silva, pré-candidata do Partido Verde, é assim". Para "The Economist", o que faltaria a Marina em termos de máquina de campanha ela estaria "tentando compensar com força ética". O tema "ética", diz a revista, é a questão que a pré-candidata precisaria colocar em pauta até as eleições chegarem à sua fase decisiva.

Trazendo uma foto de Marina cuja legenda é "Verde nascida e criada", a revista conta um pouco da trajetória da pré-candidata na Região Norte - quando comete a gafe de dizer que o Acre fica "na Amazônia" -, falando do pai nordestino que foi para aquele estado trabalhar como seringueiro; da infância pobre, em que três dos 11 irmãos de Marina morreram; dos problemas de saúde (como uma série de alergias) que teriam ficado para Marina como sequela de doenças que a família enfrentara na época, como hepatite e malária; e do fato de a pré-candidata ter trabalhado como empregada doméstica para sustentar sua ida à universidade.

Quando Lula se tornou o presidente da República em 2003, ele fez de Marina Silva sua ministra do Meio Ambiente".

Já para falar sobre a saída do governo Lula da pré-candidata, a reportagem cita episódios como as discussões que Marina teria perdido em questões como "introdução de soja geneticamente modificada; pavimentação da BR-163, rodovia por dentro da Amazônia; e energia nuclear".

Para a revista britânica, o principal tema da campanha de Marina Silva é a defesa que a verde faz de que o Brasil tenha a "responsabilidade moral" de se tornar uma economia de alta tecnologia e baixo consumo de carbono, "como um exemplo para outros países em desenvolvimento".

O perfil feito por "The Economist" lembra ainda que o empresário Guilherme Leal, dono da Natura, está estudando a proposta de ser o companheiro de chapa de Marina; e afirma que, numa "crítica ao gosto de Lula por um Estado forte e por Fidel Castro", a pré-candidata seria contra a alta carga tributária brasileira e a "aceitação de tiranos".

Destacando que Marina "ainda tem muito chão pela frente", a reportagem cita ainda pesquisas de intenção de voto nas quais a verde aparece com "apenas 10%", o que demonstraria que "muitos brasileiros, como eleitores em outros lugares, não consideram salvar o planeta como uma de suas prioridades". Para terminar a reportagem, e destacar que o caminho "não será fácil" para a pré-candidata, "The Economist" traz uma frase da própria perfilada: " 'Meu pai me dizia que o animal com as pernas mais curtas tem que correr o mais distante' ".