segunda-feira, 2 de maio de 2011

AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS REJEITA MUDANÇAS RURALISTAS


Mais uma força aos ecologistas na nota técnica da ANA contra mudanças no Código Florestal

Até então calada no debate sobre as mudanças no Código Florestal, a Agência Nacional das Águas (ANA) divulgou nota técnica afirmando que do, ponto de vista de recursos hídricos, não há necessidade de alterações no atual Código Florestal, “notadamente no que tange a largura mínima de 30 metros" nas matas que margeiam os rios e córregos do país.
O relatório do deputado Aldo Rebelo (PC do B) originalmente pretendia reduzir de 30m a 15m faixa de proteção da mata ciliar. Mas, a pedido da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) a redução seria maior, apenas 7,5 metros de área protegida em rios de até 10m de largura.
Falando à Daniele Bragança em entrevista por e-mail, o Gerente de Uso Sustentável da Água e do Solo da ANA, Devanir Garcia dos Santos, explicou que as Áreas de Preservação Permanente ciliares, também chamadas de mata ciliar, ajudam a reduzir a quantidade de resíduos de defensivos e da adubação que chegam ao leito dos cursos de água. “Qualquer alteração nessa largura de 30 metros reduz a eficiência da mata ciliar, aumentando os riscos de contaminação das águas por agrotóxicos e resíduos de adubação e os de assoreamento dos córregos, que agora não tem mais a proteção adequada.”, disse.

Matas ciliares ajudam águas a não se poluirem com agrotóxicos dos agronegócios

A ANA, que disponibilizou seu parecer na Internet, também afirmou que não devem ocorrer em outras áreas de preservação permanente, como as encostas e topos de morro, pois elas são consideradas zonas de recarga dos aqüíferos. “Para que as zonas de recarga cumpram seu papel de recolher a água da chuva e infiltrá-la no solo, ela precisa estar vegetada, de preferência florestada, ou então utilizada com culturas que mantenham cobertura vegetal o ano todo e tenham sistemas de conservação de solo implantado, de forma a aumentar a sua capacidade de coletar e infiltrar água de chuva. O tratamento similar seria a fiscalização passar a exigir que estas áreas estejam adequadas para o cumprimento de seu papel”, diz Santos.
Na nota técnica, a ANA propõe que “a assistência técnica precisa é sim ser fortalecida para que o setor possa contar com técnicos capacitados em número suficiente ao atendimento de sua demanda”. 
Para Devanir Garcia Santos, a extinção, nos anos 90, da Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMBRATER) – que dava suporte aos estados no aparelhamento do setor e na capacitação e financiamento dos técnicos – ajudou a piorar o quadro do setor rural no país. “Um agricultor que queira hoje recuperar suas APP ou reserva legal, terá dificuldades em conseguir o apoio técnico necessário e uma orientação adequada, fato esse que ocorre também na irrigação, na conservação de solos e outras práticas que exijam especialização”, explica. Um reforço muito grande aos que consideram radicais e a favor dos interesses do agronegócio movido a agrotóxicos as mudanças propostas por Aldo Rabelo ao Código Florestal.

Fonteshttp://www.oeco.com.br/
             http://folhaverdenews.blogspot.com/

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